6:07Eleição para o Senado: avulsa ou dobrada?

por Gilberto Larsen 

     O que nasceu antes, o ovo ou a galinha? A velha dúvida parece ter se instalado na política paranaense com uma nova versão: O que é mais importante para o eleitor, escolher o governador ou o senador? O episódio do fim da multa imposta ao Estado é a demonstração de que um precisa do outro. Mas pelo andar da carruagem as articulações em torno das candidaturas que disputarão o agradável emprego público de oito anos no Senado é o que mais agita corações e mentes.

     O portfólio de candidatos é grande, e variado de matizes. Pela ordem alfabética: Abelardo Lupion (DEM), Flávio Arns (PSDB), Gleisi Hoffmann (PT), Gustavo Fruet (PSDB), João Elísio (DEM), Ricardo Barros (PP) e Roberto Requião (PMDB). E tem gente torcendo, e como, para a lista ter o nome de Osmar Dias (PDT) fechando o leque partidário formando pelos principais partidos. Acomodar tantas  intenções  diante de um quadro onde apenas o PDSB parece ter definido o candidato ao governo, faz da disputa pelo Senado o foco principal das articulações.

      Todos os pretensos candidatos sabem que o sucesso depende de uma regra básica dos políticos que não está nos manuais do TRE. Eleição avulsa ou dobrada. No primeiro caso os candidatos saem em campo sem ligações firmes com os candidatos ao governo. Uma espécie de cada um por si. O que não é bem assim. Como são duas vagas em disputa, os candidatos de maior visibilidade tem praticamente garantido o segundo voto. Situação que beneficia Gleisi e Requião. Talvez ai esteja à explicação da petista em não querer ser a vice de Osmar, e o comportamento de Requião ao liberar “extra-oficialmente” parte do seu partido para apoiar a candidatura de Beto Richa. Que tal os instituto de pesquisam soltarem uma pesquisa buscando medir o segundo voto para o Senado?

      A eleição dobrada com o candidato a governador é outra história. E com variados cenários. Do ninho tucano pode sair à chapa com Flávio Arns e mais João Elísio ou  Gustavo Fruet. Do lado peemedebista pode sair o apoio a Requião e Gleisi, dependendo das conversas entre PT e PMDB. Os federais Ricardo Barros e Abelardo Lupion têm uma chance de sonhar com a vida de senador. Só que tudo passa pela desistência de Gleisi que passaria a vice de Osmar Dias, concretizando o sonho de consumo dos pedetistas. A dupla de deputados ainda teria de esperar o resultado de entendimentos com o governador Orlando Pessutti que muito provavelmente traz no pacote a candidatura de Requião.

      E por falar em Osmar, em caso de um volver atrás  e disputar o Senado em entendimentos com Richa,  outra versão de chapa dobrada é possível. Seria formada pelos atuais senadores do PSDB (não o Álvaro Dias que tem mais quatro anos em Brasília pela frente) e do PDT.  Ainda tem a possibilidade – irreal para o povo mais factível para os políticos – que é Osmar se aproximar da dupla um morde, outro assopra formada por Pessutti – Requião, e concorrer ao Senado, deixando Gleisi em uma eleição avulsa, a não ser que o PT lance um candidato ao governo.

      Convém lembrar a eleição de 2002 onde sete candidatos disputaram o Senado: Osmar Dias (PDT),  Paulo Pimentel (PMDB), Toni Garcia (PP), Flávio Arns (PT), Luciano Pizzato (PFL), Edésio Passos (PT) e Nitis Jacon (PSDB). Foi  uma eleição avulsa e Flávio comprovou a teoria do segundo voto. E também ficar de olhos nos indicados para suplente que podem ganhar o mandato sem nunca terem batalhado um voto, beneficiados por espertas manobras políticas. Basta fornecerem bons pneus para o carro do candidato titular. Neste caso específico é bom lembrar  as confusões  geradas com a posse dos senadores Alô Ticoulat Guimarães e Gaspar Duarte Velosso na metade da década de 50. Agitos que só sossegaram com a intervenção de JK. O Partido Social Democrático, então na oposição, disputou com duas chapas: uma com Moisés Lupion, tendo como suplente Alô Ticoulat Guimarães, e, na outra, Alô tendo por suplente Gaspar Duarte Velloso. Lupion e Alô foram eleitos.  Moisés Lupion volta pouco tempo depois ao governo para substituir Bento Munhoz da Rocha Neto. Antes renuncia ao Senado para assumir o seu suplente Alô que, por sua vez, havia renunciado para assumir em sua vaga Gaspar Duarte Velloso. Desta maneira Lupion continuou com as duas cadeiras no Senado.

      Ficar de olho no suplente é obrigação do eleitor.

Compartilhe

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.