5:47Lugo, os guerrilheiros da fronteira e uma história mal contada

Do correspondente na Tríplice Fronteira:

Essa história dos guerrilheiros está mal contada.  O bispo-presidente Fernando Lugo, quando vestia batina, atuou na região de fronteira com o Brasil. Ele segue a linha da Teologia da Libertação e sempre teve fortes ligações com o movimento campesino, o MST paraguaio. Ele tem se segurado em Lula, porque não tem maioria no Senado e volta e meia sofre ameaças de impeachment. Nas últimas semanas esse era o caso. Para enfrentar sua vertiginosa queda de popularidade, nada mal encontrar um episódio que abalasse a opinião pública. Algo como os milicos argentinos fizeram ao detonar e se ferrarem nas Malvinas. O EPP – Exército Paraguaio do Povo, uns 50 malucos que sequestram e matam foi o artifício para o estado de exceção em vários Departamentos (Estados) paraguaios e a movimentação de cerca de 3 mil homens das Forças Armadas. De quebra, largaram para a imprensa uma maçaroca de informações. Inicialmente o PCC estava envolvido, depois as FARC colombianas e já apareceu a Polícia Federal brasileira dando uma mãozinha com seu serviço de inteligência. Pedro Juan Cabalero, cidade geminada à brasileira Ponta Porã, e região, é terra sem dono, aliás, propriedade de narco-traficantes e contrabandistas de armas e veículos. Todo mundo sabe e faz tempo: Polícia Federal, Receita Federal, a polícia paraguaia. Se Lugo realmente quisesse prestar um serviço a seu país e ao Brasil, botava seus três mil soldados para acabar com essa barafunda e de quebra dava um jeito no tal de EPP. Talvez ganhasse tantos pontos políticos que a oposição paraguaia se visse obrigada a esquecer seu impeachment. Como aconteceu, aliás, no ano passado ao colocar Lula de joelhos e arrancar milhões indevidos pela construção de Itaipu. Lugo, na cabeceira de sua cama, deve ter o livro do teórico francês Roger Gerard Schwartzenberg “O Estado Espetáculo”, que demonstra como é possivel se manipular a mídia mergulhando-a na representação e não nos fatos reais.

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