5:53Confiança não combina com maquiagem

Os deputados estaduais precisam saber que voto de confiança sempre foi dado a partir dos que foram depositados pela ninguenzada nas urnas para elegê-los. A lambança mostrada até agora pelas denúncias da Rede Paranaense de Comunicação demonstra que muitos deles se lixaram para isso, imaginaram-se acima do bem e do mal e isso maculou a imagem da Casa. Tudo que está sendo feito para limpar um entulho de anos e anos é mais do que saudável e merece apoio, porque, antes de tudo, quem paga a conta acredita que condição básica para um representante dele no Legislativo é honestidade – e isso não tem nada ver com atos secretos. Descontando-se os procedimentos anunciados deveriam existir desde que a Assembleia foi criada, o que não se pode admitir nessa hora de mudança é que, num passe de mágica, se apaguem os delitos cometidos, zere-se o taxímetro e tudo recomece como se o Espírito Santo tivesse baixado ali e todos se transformassem em santos. Não! A apuração dos possíveis delitos precisa continuar, tanto por parte da imprensa como, principalmente, pelo Ministério Público do Paraná. Os deputados que não têm culpa no cartório deveriam, sim, participar ativamente dessa, vamos dizer, depuração. Nas últimas semanas falou-se muito que a onda de lama que caiu sobre a Assembleia misturou o joio com o trigo. A omissão da maioria contribuiu para isso. Portanto, não deveriam reclamar. Se o presidente da Assembleia teve exposto uma série de irregularidades, deveria ter tomado a nobre atitude de se afastar do cargo para não atrapalhar as investigações. Não fez isso, talvez não faça. Manifestações de companheiros parecem querer criar um biombo de proteção àquele que tem a responsabilidade administrativa sobre a Casa. Se os que não aprovam que se misture os que devem com os que não devem nada compartilharem dessa ação, provavelmente o fim dos fantasmas, a transparência apregoada com os nomes dos funcionários de cada departamento colocados à disposição para conferência, assim como a publicação, na internet, dos atos diários da Casa, servirão apenas como uma maquiagem num rosto deformado.

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