Do jeito que veio:
Internautas querem Ficha Limpa, mas duvidam de aprovação
Embora o desejo da população do país seja a criação de novas regras que dificultem a candidatura de pessoas com vida pregressa duvidosa, o projeto Ficha Limpa (PLP 518/09) enfrenta resistência na Câmara Federal. A proposta, que estava na pauta de votações da Casa nesta semana, retornou para análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) após uma manobra conduzida pelos líderes do PT, PMDB, PP, PCdoB e PR. Internautas debatem o tema por meio do fórum virtual (www.participacaopolitica.org.br) promovido pela Rede de Participação Política, iniciativa apartidária da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e do Serviço Social da Indústria (Sesi) em parceria com a Federação das Associações Comerciais e Empresariais (Faciap). Favoráveis à implantação de leis mais rígidas no processo eleitoral, vários internautas duvidam da aprovação do Ficha Limpa no Congresso. “É publica e notória a predisposição do Congresso em não aprovar a Lei. O motivo é muito simples: o legislador de hoje é o réu de amanhã, portanto, não será aprovada. De todas as reformas necessárias, a principal é a reforma moral, palavra que não existe no vocabulário dos políticos brasileiros e, para mudar isto, a sociedade também precisa rever os conceitos de honestidade e moral”, afirmou o internauta de Curitiba, Antonio Carlos Wanderley.
O texto original do projeto impedia a candidatura de políticos com condenação em primeira instância, mas a exigência foi alterada com o objetivo de evitar perseguições políticas. Mesmo com a mudança, os participantes do debate se mostram a favor da aprovação do texto. Antonio Silva, de Varginha (MG), defende que “toda iniciativa visando moralizar o processo eleitoral é bem-vinda” e completa: “Ficha limpa é o mínimo que se deve exigir de um candidato a cargo público”. “Está mais que na hora de mudar e os próprios políticos deveriam dar o exemplo, assumindo o compromisso que está sendo proposto que, tendo qualquer tipo de processo, o candidato não pudesse se candidatar a cargo nenhum“, completou Ilvo Mertz, de Foz do Iguaçu (PR).
A proposta Ficha Limpa é uma iniciativa do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e recebeu mais de 1 milhão de assinaturas de apoio. Mesmo com tamanha adesão popular, houve também participantes que se mostraram pouco confiantes no projeto. Mauri Marchezini, de Cascavel (PR), afirma que a própria população tem culpa na situação política do país e que escândalos políticos, muitas vezes, só servem para transformar ladrões em celebridades. “O erro está na nossa tolerância com a corrupção. A eleição é feita para sociedade escolher os seus representantes.”, argumenta.
O tema continua em discussão até a próxima segunda-feira (12) no site da Rede: www.participacaopolitica.org.br