8:47Sem nome, com incêndio

Na quinta-feira à noite, em Foz do Iguaçu, Beto Richa, pré-candidado do PSDB ao governo do Paraná, deu uma entrevista onde citou alguns nomes que poderiam se encaixar como vice na chapa que encabeça. Não citou Alexandre Curi. Ontem, na Gazeta do Povo, o título da matéria enviada da fronteira berrou que o ex-prefeito de Curitiba descartou o peemedebista, que nunca escondeu essa pretensão, caso seu partido decida não lançar candidato próprio, no caso o atual governador Orlando Pessuti. Richa não afirmou que Curi está fora, mas o texto juntou o lé do escândalo da Assembleia Legislativa, onde Curi é primeiro-secretário, com o cré da eleição. A manchete riscou o fósforo na gasolina. Quem estava com Richa na fronteira, e faz parte do primeiro escalão da campanha do tucano, afirmou que, por esta ótica (a de não citar nome) Richa estaria descartando todos os nomes que poderiam ser o vice na chapa, até o de Orlando Pessuti. O fato de o PMDB ter pré-candidato e Curi afirmar sempre que, se o partido decidir disputar a eleição, vai trabalhar pelo candidato, é uma das explicações lógicas para Richa, que não quer atrito nessa fase, não ter citado Curi. Ao que consta, aliás, os dois já conversaram sobre as denúncias da Assembleia. O deputado teria garantido a Richa que não há nada que ligue seu nome a qualquer irregularidade na Casa, mesmo porque só assumiu o poderoso cargo de primeiro secretário na atual legislatura. Richa é escolado no assunto. Sabe que na atual campanha o famoso caso da “Sogra Fantasma”, envolvendo seu ex-chefe de gabinete Ezequias Moreira, vai voltar à tona, como aconteceu na disputa para a reeleição. Isso pode pesar a favor de Alexandre Curi, ainda mais se, como ele afirma, ele sair ileso da barragem de artilharia da Rede Paranaense de Comunicação que está caindo sobre a Assembleia na série dos “Diários Secretos”. E, claro, se o PMDB entrar no ninho, coisa que agora passa pela possibilidade de Orlando Pessuti se tornar viável como candidato. Por isso não foram poucos os sábios de plantão que enxergaram no fogo de ontem a imagem do atual governador, por conta da liderança que Curi exerce sobre o grupo que vê numa aliança com o PSDB a chance real de manter o PMDB com força suficiente na Assembleia, pelo número de deputados que pode reeeleger e eleger, e, assim, continuar no poder. Isso é política!

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