7:48Mais um!

Do jornal Gazeta do Povo, em reportagem de Katia Brembatti: http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/diariossecretos/

Terceira baixa
MP pede afastamento de diretor da Assembleia
Procurador-geral argumenta que Cláudio Marques da Silva, ao se manter em silêncio, não está colaborando com as investigações e descumpre obrigações de servidor

 
O primeiro escalão administrativo da Assembleia Legislativa do Paraná (AL) deve sofrer a terceira baixa em duas semanas. Ontem, o Ministério Público Estadual (MP) aconselhou o afastamento do diretor de pessoal da Casa, Cláudio Marques da Silva. Além disso, informou que, se a recomendação não for aceita, vai pedir na Justiça a saída de Silva.
A justificativa do MP para pedir o afastamento do diretor é de que, convocado para depoimento à Promotoria de Patrimônio Público, na última sexta-feira, Silva decidiu manter-se calado. “Quem se recusa a prestar depoimento, arguindo o direito de depor só em juízo, é porque [considera que] aquilo que iria dizer pode incriminá-lo”, argumentou o procurador-geral de Justiça do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, em entrevista ontem ao telejornal Paraná TV 1.ª edição, da RPC TV. Para Olympio, nessa condição, o diretor de pessoal não teria condições de permanecer no cargo.
O procurador-geral prometeu ainda uma postura severa em relação ao caso. “Toda vez que não houver colaboração vamos tomar as medidas administrativas e judiciais necessárias”, disse. Olympio reforçou ainda que colaborar com o MP na apuração de denúncias envolvendo a Assembleia não é um favor, é um dever legal do servidor público.
“Se o presidente da Assembleia não afastar espontaneamente o diretor, acolhendo a recomendação do Ministério Público, nós vamos pedir o afastamento [dele] na Justiça”, completou. Ontem, em plenário, o presidente do Legislativo, Nelson Justus, preferiu não falar sobre o caso.
Marques da Silva foi procurado pela reportagem para comentar as declarações do procurador-geral, mas não atendeu a imprensa. Ontem à tarde ele estava na diretoria de pessoal e teve uma reunião com o primeiro-secretário da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PMDB). O conteúdo da conversa não foi revelado. A secretária do diretor informou que ele havia deixado o prédio por volta das 17 horas, mas às 18 horas o carro de Marques da Silva ainda estava na vaga reservada no estacionamento para o diretor de pessoal.
Marques da Silva é uma das peças centrais da investigação do MP, pois pode ter informações referentes ao pagamento de salários acima do máximo previsto por lei e de funcionários que admitiram nunca ter trabalhado na Casa, por exemplo.
As denúncias envolvendo edição de diários avulsos, atos secretos, salários acima do valor permitido por lei e funcionários fantasmas já levaram ao afastamento do diretor-geral da Assembleia, Abib Miguel, que estava há mais de 20 anos no cargo; e do sócio dele e diretor-administrativo da Casa, José Ary Nassiff. Abib foi substituído pelo advogado Eron Abboud e a direção administrativa passou a ser acumulada pelo diretor financeiro Wilians Romanzini.

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