Do ombudsman:

Não há como negar, a RPC, através de seus repórteres da Gazeta do Povo e dos telejornais, prestaram um grande serviço ao Paraná com as denúncias comprovadas sobre a bandalheira na Assembléia Legislativa. Mas, até agora, a brava equipe ainda não fez a grande pergunta:  “Quem mandava e manda na Assembléia?”. O promotor Faraj, a quem deveriam erguer estátua, deu a resposta que muita gente sabe  e não custa repetir: o presidente da Casa e seus antecessores. Se o ex-diretor geral, que saiu de cena mais rápido que o famoso “Bip-Bip” dos quadrinhos, deitou e rolou desde que foi criado há três décadas por um presidente que “controlava” 86,5% dos jornalisas dessa terra, mandou em todos os governadores, no poder judiciário, no tribunal de contas e o raia que o parta, esse diretor fez e desfez foi porque a(s) mesas da Assembléia (leia-se presidência e primeira-secretaria) assinavam embaixo, sempre. É isso e ponto final! Pergunta-se também se a relação de DNA entre quem manda no Ministério Público e um diretor da Casa do Povo pode atrapalhar uma investida “de com força” nas investigações? Há um trabalho ótimo de um sociólogo da UFPR sobre as famílias que dominam o poder (os laços judiciário-legislativo e executivo) desde o tempo das capitanias hereditárias. São sempre os mesmos. O jornalão dos curitibanos e a televisão dos paranaenses acendeu o pavio, mas sempre fica a dúvida, por exemplo, se um dos tios dos atuais poderosos da rede, ex-conselheiro dotribunal de contas, resolver sair da gaveta, o incêndio prospera como vem acontecendo até agora? Pergunta-se também por que alguns jornalistas fizeram de conta que a denúncia era só responsabilidade da RPC e agem como se nem tivessem lido a avalanche de reportagens do escândalo. De qualquer forma, é sintomático que tenha gente na mira da lama correndo para vender fazendas neste Brasil que não é nada mais que uma extensão do que acontece no Maranhão dos Sarneys. Havia algo de podre no reino da Dinamarca. Aqui, agora, vazou um pouco do podre acumulado durante anos num dos chamados três poderes. Acima disso tudo, o governador sempre soube de tudo. Mas, dessa vez, o twitter não entrou em ação. Por que? Será que o gato comeu?