Cena Curitibana descrita por uma amigo do blog:

Centro Cívico, hoje, 14 horas. Uma senhora sofre – ao que parece – um ataque cardíaco fulminante em plena Avenida Cândido de Abreu, a via dos poderosos. É atendida por gente que passa pela calçada, mas não sobrevive. A agonia dura alguns minutos. Neste tempo, uma ambulância do Corpo de Bombeiros passa em frente à cena, mas não pára, apesar dos apelos das pessoas que já cercam o corpo estendido no chão. Por volta das 14h30 chega uma baratinha da Guarda Municipal. Os soldados verificam o estado da vítima, mas logo confirmam que ela está morta. Mais alguns minutos e chega a ambulância do Samu, que faz a mesma constatação e inicia a cerimônia fúnebre, cobrindo a senhora sem vida com um pano branco transparente. Mais uma ambulância do Samu chega, também tarde demais, para uma terceira verificação do óbito. Os socorristas – ao que parece – acionam os “órgãos competentes” para providenciar a retirada do corpo. Quase duas horas depois se tem a notícia de que o translado ainda vai demorar mais duas horas para acontecer por falta de carros do IML. Tudo somado, resulta que uma pessoa morre a cerca de 30 metros da prefeitura, cem metros da sede do governo do Estado, ao lado dos principais palácios da Justiça paranaense e da Assembleia Legislativa, a Casa do Povo, e seu corpo precisa esperar no mínimo quatro horas para ser removido da via pública. Só Deus salva!