20:07HORÓSCOPO

por Zé da Silva

Gêmeos

Entrou no museu e deu de cara com a imagem em tamanho natural. Machados nas mãos, rosto coberto, vestido rodado vermelho com flores brancas. Foi atravessado por Xangô, que se encontrou com o Xangô dentro dele e subiram e desceram, emburacaram e saíram por todos os lados. No Pelourinho ele saiu daquele casarão e viu as igrejas e na Baixa do Sapateiro teve a certeza. Saravá! Porque a revelação tinha vindo antes, no quartinho de fundos de uma vila da Zona Leste paulistana. A mãe de santo olhou e disse qual era o santo. Ele acreditou porque estava assim escrito desde os tempos do começo dos tempos. E sempre baixou para lhe proteger. E foi com ele que Junco Verde um dia falou na Curitiba da nova morada. Vai flutuar sobre os espíritos. Ele que estava pronto para mais uma dose do fundo das trevas. E veio. E veio. Junto com Nossa Senhora Aparecida, São Francisco de Assis, São Benedito, o Espírito Santos, Menino Jesus e Maria Madalena. Uma misturança do bem. Saravá! E quando mergulha na água do mar ele vê a rainha do mar e sai andando sobre as ondas e sentindo o esplendor do sol e a carícia das nuvens e do vento. E pedra de montanha lhe reforça o espírito. E na cachoeira de Guaraqueçaba ficou embaixo da queda d’água para dizer que tudo estava ali no meio da mata Atlântica. Depois começou a entender os dizeres do calendário Seicho-No-Ie. E ouviu Buda e Nietzche e os gregos todos dos tempos da sabedoria. E a Bíblia foi se abrindo com a luz que vara as nuvens. Bebeu então água. E respirou fundo olhando os filhos e a quem ama e é amado. E sorriu feito menino que viu um dia a imagem em Salvador da Bahia de Todos os Santos.

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