A conversa que interessa entre o senador Osmar Dias (PDT) e Lula durou meia hora. O tempo de vôo entre Curitiba e Londrina, ontem, quando o candidato ao governo do Paraná esteve sentado ao lado do presidente no avião oficial. “Ontem foram dados dois passos à frente”, informou há pouco Dias, que está no interior do Paraná, sobre a aliança que deverá ser formada com o PT. O senador não escondeu entusisamo. “Ele demonstrou mais uma vez carinho e apreço – e estar ao lado de um presidente com o carisma que ele tem, é muito importante”, disse o senador. Lula queria que a coligação fosse anunciada logo, aí englobando os partidos da base de apoio ao governo federal. Osmar Dias ponderou que no Paraná é preciso ter um pouco mais de paciência, mesmo porque há vários partidos conversando com os dois lados da trincheira. “E eu não quero fazer leilão”, afirma o senador. Há também uma outra questão. Ao contrário do que pensam alguns, um anúncio precipitado de um acerto com o PT, segundo ele, pode atrapalhar negociações. Segundo o senador, Lula entendeu seus argumentos e vai aguardar. Dilma Rousseff estava perto. Era a maior interessada na conversa. Pelo jeito ficou satisfeita. O fato de o senador Osmar Dias ter ficado ao lado dela e de Lula durante o dia todo é mais do que um sinal do acordo que está para ser fechado. A conversa no avião arrematou isso. Brincalhão, Osmar Dias disse que não dava para conversar no helicóptero no périplo em Curitiba  porque o barulho era grande e, com microfone e fones de ouvido, não seria uma conversa, mas uma conferência.