7:31Mulheres da Via Campesina ocupam Usina Central do Paraná

O MST do Paraná informa:

Camponesas da Via Campesina realizam mobilização pela Reforma Agrária

Neste dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, cerca de 1.000 camponesas da Via Campesina, vindas de várias regiões do estado, ocupam a Usina Central do Paraná, desde as seis horas da manhã, na cidade de Porecatu (norte do Paraná). O ato faz parte da mobilização nacional contra o agronegócio e a violência: por Reforma Agrária e soberania alimentar e denuncia a monocultura da cana e o trabalho escravo.

A expansão de cana-de-açúcar no Paraná, na região Norte, Noroeste e Norte Pioneiro, têm gerado sérias conseqüências, tais como: destruição ambiental, expulsão de trabalhadores do campo, violações dos direitos trabalhistas e trabalho escravo. Em 2008, 228 trabalhadores foram encontrados em situação degradante, semelhante ao trabalho escravo, em fazendas do grupo Atalla, que controla a Usina Central do Paraná.


Programação
Por volta das 17h, as camponesas realizam um Ato de Solidariedade com
doação de alimentos da Reforma Agrária aos cortadores de cana na praça
central da cidade de Florestópolis. Em seguida, os alimentos serão
distribuídos nos bairros pobres onde vivem trabalhadores do corte da cana,
que na semana anterior estavam em greve devido a dois meses de salários
atrasados.
Mesmo com todo o trabalho da Pastoral da Criança, que surgiu há 25 anos
em Florestópolis, hoje ainda existem muitas pessoas morrendo de fome,
devido à monocultura da cana-de-açúcar que vem gerando miséria na
região.
A mobilização das mulheres trabalhadoras do campo e cidade defende a vida
com relações igualitárias e a preservação do planeta, contra o lucro e
a exploração dos trabalhadores pelos patrões. Denuncia as grandes
multinacionais que controlam a tecnologia, os recursos naturais e as
sementes, destruindo a biodiversidade e a vida humana; os grandes
latifúndios e monocultivos, da soja, cana-de-açúcar, pinus, eucalipto,
etc, que geram pobreza, miséria, desemprego, violência e inviabilizam a
Reforma Agrária.
Durante a mobilização as mulheres exigem do Incra (Instituto Nacional de
Reforma Agrária) a desapropriação e o assentamento imediato das áreas
improdutivas, onde foram cometidos crimes trabalhistas e ambientais, para o
assentamento das famílias acampadas no Paraná. Além de exigir o fim da
criminalização contra os movimentos sociais, em especial o MST, que vem
sofrendo perseguição política pelo Poder Judiciário e a mídia, na
tentativa de impedir a Reforma Agrária no Brasil.
Este ano se completa o centenário do Dia Internacional da Mulher. A data
vem sendo relembrada há cem anos pelas trabalhadoras de todo mundo. É um
dia de luta contra todas as formas de opressão e violência contra as
mulheres, luta pela vida e pelos direitos das trabalhadoras e
trabalhadores. No caso das camponesas, também é um momento de protesto
contra o agronegócio e pela Reforma Agrária.

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