8:10Meganhas para Requião

De Rogerio Distefano, publicado no Maxblog (www.maxblog.com.br):

A segurança de Roberto Requião é a única preocupação dos deputados do Paraná. Melhor, do ex-governador Roberto Requião, a quem dão presente de despedida: atendendo ordens do próprio, aprovam lei para que tenha quatro guardacostas por nossa conta, pagos pelo seu, pelo meu, pelo nosso dinheiro, para quando sair do governo. Tem um detalhe, que os críticos gratuitos como o Max não veem: até hoje os ex-governadores não tiveram guardacostas. São tudo gente da paz, vacinada contra raiva, de bem com a vida e o semelhante.

Serão quatro seguranças para cada ex-governador. Ou seja, gente equivalente a duas companhias da polícia militar. Gente que podia estar fazendo segurança de presídio estará à disposição de Emílio Gomes, Jaime Canet, João Elísio Ferraz de Campos, Álvaro Dias, Mário Pereira, Jaime Lerner e Roberto Requião: 28 meganhas mais 28 meganhas para as folgas dos outros 28. Portanto, serão 56 seguranças para o erário pagar, vestir, armar, dar de comer e viajar para atender ex-governadores que nunca sentiram necessidade deles. Menos, é claro, o último, que parece ter medo da própria sombra.

Terá que haver isonomia nos meganhas entre os ex-governadores, que andam a pé, sozinhos, de dia e de noite. Mas merecer mesmo o salário só os quatro meganhas de Roberto Requião. Os de Lerner vão explodir de tanto comer empada da família Caruso e esfiha da família Guelmann, porque Lerner, como bom judeu, vai dar comida farta para os empregados. Não falo dos outros ex-governadores por falta de espaço, mas adoraria ser segurança de Álvaro Dias, para atender o mulherio que dá em cima do atual senador – que com certeza não vai gostar que os caras acompanhem todas suas espertezas. Ou de João Elísio, para acompanhar o ex e a mulher socialite no calçadão de Ipanema, no Rio de Janeiro.

Os deputados podiam ter proposto o aumento do efetivo ou do salário das polícias, para quem Requião não deu a mínima, nem o direito de reclamar – ao contrário, ameaçou baixar o porrete. Ou feito propostas para a segurança do Paraná, de todos nós, que pagamos os salários deles, dos nepotes deles, das sogras deles, até dos fantasmas deles. Nada disso, estão preocupados com Roberto Requião. Aqui termina a crítica pronta e começa a piada pronta – de humor negro, ou até sem humor, porque estamos tratando de Roberto Requião.

Por que se ocupar da segurança de Requião pós Canguiri? Vou especular. Os deputados devem estar preocupados conosco, não com o ex-Requião. Faz sentido. O cara é agressivo no poder, imaginem fora do poder. Até a santa mulher dele pode pedir separação de corpos pelo mau humor. Bate-lhe síndrome de abstinência, igual alcoólatra privado da bebida, que vê barata, aranha, cobra, sogra e cunhado subindo pelas paredes. Requião vai ver um Paulo Bernardo em cada torcedor do Coxa mamando no tubão. Resultado: ninguém ficará seguro, Requião será uma ameaça à humanidade curitibana. Então os seguranças dele virão para defender a humanidade curitibana.

Os deputados sabem das coisas. Por exemplo, não entregaram a rádio comprada com dinheiro na cueca, perdão, no saco? Pois é, devem saber que Requião, além de frustrado porque deixa o poder e deixa os irmãos sem poder brincar de poder, estará possesso, furioso, com ímpetos homicidas, mais que o habitual, com essa história de Waldyr Pugliese não lhe devolver o PMDB para ele tirar o coringa do baralho e torturar Orlando Pessuti até o final do ano. Requião sem PMDB é que nem velho sem Viagra, sem conseguinte. E Requião possesso, minha gente, morde até espírito.

Moral da história. Os deputados premiam a grossura de Roberto Requião, suas arbitrariedades, fornecem-lhe o escudo protetor do desgoverno e fazem mais um afago por conta do contribuinte. A ele, que durante estes dois últimos e lamentáveis governos só semeou vento e agora não vai colher tempestade. Requião realmente é um milagre: viola uma tábua e meia dos mandamentos, mais dois terços do Evangelho e querem dar-lhe o Céu aqui na Terra. Os deputados que deixassem a segurança de Roberto Requião por conta dos caras que pagam suas difamações em dinheiro vivo.

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