4:58Ocimar Bolicenho no triturador "4ever"

Deu no site “CAP4EVER” (http://www.cap4ever.com.br), em texto assinado por Carlos Valdir

Ocimar: caráter e a jornada dupla em desfavor do Atlético Paranaense

O caráter é o conjunto de características psicológicas que determinam a individualidade pessoal e social de alguém. Ter caráter não significa nada, pois todos o têm, seja ele bom ou mau. Ter um bom caráter é que são elas; isto sim significa tudo para nós.

O administrador de empresas Ocimar Bolicenho tem uma história intimamente ligada ao Paraná Clube, agremiação de onde é conselheiro vitalício e preside o Conselho Normativo tricolor na gestão 2007-2010. Mais do que isso, é
ex-Presidente do clube e participa do mesmo desde a época do extinto Esporte Clube Pinheiros.

Após especializar-se em Administração Esportiva pelo convênio Universidade Federal do Paraná/Universidade do Esporte do Paraná no início desta década, Bolicenho deixou de contribuir apenas com seu clube do coração. Virou,
profissionalmente, executivo da bola, aplicando em outras áreas o que aprendera no Pinheiros, no Paraná Clube e no meio acadêmico.

Em sua nova empreitada, um amigo e parceiro sempre lhe foi presente: o técnico e pretendente a “manager” Wanderley Luxemburgo.  Quando se diz pretendente a “manager”, leia-se superpoderes dentro de um ou vários clubes para contratar, demitir,negociar de transações, luvas, direitos de imagem, noves fora, fazer lucrar
ou realizar prejuízo.

Em janeiro de 2008 a empresa de Luxemburgo, a “WL Sports” assumiu total controle sobre o departamento de futebol profissional do Joinville Esporte Clube, o JEC. Para o cargo de superintendente de futebol do simpático clube
catarinense convidou o amigo Ocimar. Esta parceria, que deveria durar 2 anos, não chegou a 100 dias. Esta empreitada foi definida por torcedores como “*a página mais triste da história do tricolor dos tricolores*” e ruiu
em março do mesmo ano, com o clube amargando péssima campanha no estadual e clima insuportável dentro e fora das quatro linhas. O técnico? Waldemar Lemos, que “*não foi pai dos jogadores, foi palhaço*” nas palavras do então
Diretor de Futebol Nédio Vitório.

Em abril já estava empregado: segundo consta, Luxemburgo indicou Ocimar Bolicenho aos dirigentes do Marília, que o colocaram como responsável pelo futebol do clube paulista. O Marília foi rebaixado em 2008 para a Série C do
Campeonato Brasileiro. Ocimar pediu demissão em dezembro do mesmo ano para aceitar um convite, por “mérito”, para ser gerente de futebol do Santos Futebol Clube.

Sua contratação pelo alvinegro praiano foi tida como um forte indício de que o treinador santista para aquela temporada seria Wanderley Luxemburgo. Na verdade, Luxemburgo só chegaria ao clube paulista em julho de 2009, dois meses após Ocimar ter sido demitido por desavenças com o técnico Vagner Mancini.

“*Quem tem padrinho não morre pagão*“, ensina o dito popular. Lanterna no Brasileirão em junho do ano passado, após Geninho pular fora do barco com medo do estigma de ser rebaixado pelo Furacão e quebrar seu já desfeito
encanto, o Atlético Paranaense contratou Ocimar Bolicenho para ser o seu Diretor de Futebol. Quem foi contratado como treinador, no mesmo dia? Waldemar Lemos.

A história todos conhecem. Apenas com a chegada do experiente e sábio técnico Antônio Lopes o Furacão escapou da degola. Waldemar Lemos foi, mas o ex-presidente do Paraná Clube ficou. O que mais terá ficado com ele?

Existe uma rede de relacionamento que me tira o sono quando penso no perigo que pode representar ao Atlético Paranaense. (1) Marcos Malucelli é o presidente do Clube Atlético Paranaense. (2) Sérgio Malucelli, irmão de
Marcos, é o presidente do Iraty Sport Club. Este mesmo Sérgio Malucelli, o “Salada”, é envolvido pela imprensa em várias negociações.

Wanderley Luxemburgo, de quem foi sócio em um bar no antigo Estação Plaza e em uma empresa de bebidas isotônicas. Segundo a revista IstoÉ, sempre que vem a Curitiba, Wanderley fica na luxuosa cobertura do empresário. Seu relacionamento foi assunto na CPI do Futebol. O advogado? Marcos Malucelli. (3) Wanderley Luxemburgo, conforme a história prova, é grande amigo de Bolicenho. (4) Ocimar Bolicenho ainda é o Diretor de Futebol
do clube presidido por Marcos Malucelli.

A gestão de Ocimar à frente do Atlético Paranaense, por si, já demostra a incapacidade do profissional em trazer para o maior clube paranaense a necessária retomada de seu crescimento. Os seus resultados em nada agregaram
ao presente ou ao futuro do Furacão. Pior que isso, só o que vemos é a dispensa de jogadores da base, cujo retorno seria o dinheiro que deveríamos ter para nos sustentar daqui alguns anos, aliada à contratação ou boatos de
jogadores idosos a peso de ouro ou jovens promessas no estilo “barriga de aluguel”.

Mas há um fato ainda mais grave a ser levantado. A jornada de trabalho do nosso Diretor de Futebol. Não é possível crer que Ocimar receba pouco para trabalhar no Furacão. Além disso, a função que exerce é extremamente
estratégica para o sucesso de um clube de futebol. Pois bem, será que além dos predicados necessários para o bom desempenho da função, que são a competência e a idoneidade, o profissional dedica-se conforme o exigido?

Duvido. Para quem não sabe, Ocimar Bolicenho trabalha no Atlético em *meio-período*. Parece piada? Se for, me ajudem a rir, pois é de péssimo gosto. Está na Gazeta do Povo de 17 de janeiro deste ano: “*Meio período<http://www.gazetadopovo.com.br/esportes/conteudo.phtml?tl=1&id=964374&tit=Saldo-negativo>
Ocimar Bolicenho, diretor de futebol do Atlético, cumpre agora jornada dupla de tra­­ba­­lho. Pela manhã, o dirigente é fun­­cionário público no Tri­­bunal de Contas – e pede para não ser acionado para entre­­vistas. À tarde, assume as tarefas do Furacão*“.

É alguma brincadeira com o nosso Furacão ou é alguma brincadeira com o suado bolso do cidadão, que paga o salário de todos os servidores do Estado do Paraná?

Suponho que a carga horária destinada às funções no Tribunal de Contas do Estado do Paraná, de quem Ocimar é Técnico em Administração desde 1993 (não sei como conseguiu se manter até hoje lá), seja suficiente para desempenhar as funções que lhe são exigidas, caso contrário estaria duvidando mais da instituição que propriamente do servidor.

Mas de sua função no Rubro-Negro não tenho dúvidas: estamos em prejuízo na condução de nosso futebol pelas mãos deste senhor. O veloz, cruel e disputado mundo do futebol não para enquanto Bolicenho dá expediente na
repartição. Não é admissível que Ocimar negligencie o seu cargo como gestor desportivo enquanto cuida de sua carreira no serviço público. Que faça bem feito uma coisa ou outra. Que mostre que tipo de caráter possui.

Como atleticano, tenho minha opinião firme e cristalina. Boa sorte no TCE/PR. O Atlético Paranaense estará muito melhor, em período integral, longe de sua gestão “tricolor”.

A torcida não pode aceitar, em silêncio, um absurdo desta proporção.

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