8:42Augustinho Zucchi: "Se a aliança do PDT com o PT é anormal, a do PSDB com o PMDB é estrábica"

De Augustinho Zucchi, presidente estadual do PDT, em entrevista ao jornalista Pedro Rodrigues Neto, do Diário do Sudoeste, de Pato Branco: 

– Falar que a aliança com o PT é um caminho natural não é certo, pelo menos no Paraná, mas também não podemos tratar essa relação como anormal. Se fosse dessa forma então essa conversa do PMDB com o PSDB pode ser tratada de estrábica. Então o quadro é bem simples. Se o PT quiser compor essa aliança que se define no âmbito nacional, terá de se adequar a algumas coisas. Hoje o que eles querem é trabalhar para fazer uma cadeira no senado e eleger a Dilma presidente. O PDT não tem candidato ao Senado, muito menos a presidente. Então temos que nos unir a quem esteja disposto a trabalhar por esta eleição ao governo do estado, aceitando entre outras coisas, uma aliança muito mais ampla do que a que se pede hoje. Já o PSDB, se quiser reeditar a grande aliança, terá de aceitar a condição de manter o nome de Osmar como candidato desta aliança e ponto final.

–  O Paraná hoje tem oito milhões de votos. É por isso que o PSDB nacional procura o Osmar. Com dois candidatos fortes há uma divisão desses votos e o PDT no palanque do PT com o apoio do presidente Lula, que não é pouca coisa.  Essa será uma eleição difícil, disputa estado por estado, e o PSDB sabe que o Osmar no palanque da Dilma deixa Serra sob o risco de perder a disputa no estado por até um milhão de votos. No Rio Grande do Sul a Yeda Crusius não chega a 5% das intenções de voto, em Santa Catarina o Pavan (Leonel Pavan – vice -governador do estado) também está cheio de problemas. Quer dizer, é uma situação delicada a vivida no sul pelo PSDB. Nós temos uma história juntos aqui no Paraná, mas para que essa aliança volte a acontecer exigimos que o nome do Osmar seja mantido de candidato.

– No dicionário da política não existe essa palavra “imbatível”. Aliás isso soa até de forma arrogante. Temos uma relação republicana com o prefeito Beto Richa, conversamos com ele, respeitamos muito sua pessoa, mas se tivermos que estar em lados opostos, isso não será um problema. Em 2006 o Beto foi entrar em nossa campanha só no segundo turno, enquanto boa parte dos deputados do PSDB apoiaram o Requião no primeiro e, mesmo assim, o resultado foi aquele. Então, na política não existe isso de imbatível e eleições passadas já provaram isso por diversas vezes.

– A Gleisi é uma liderança extraordinária, uma bela vitrine política. Ao citar o nome dela (para vice na chapa de Osmar Dias) é porque sabemos deste potencial que ela tem. Ela vem de uma eleição para a prefeitura de Curitiba, fez uma bela campanha para o Senado, mas cabe ao PT decidir seu futuro, não ao PDT.

– O Samek é um grande nome, dirige uma empresa pública internacional que é a Itaiupú Binacional. É um homem forte no governo Lula, tem uma posição executiva no cenário, enquanto a Gleisi tem esse alinhamento mais político.

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