21:17O PDT e as peças no tabuleiro eleitoral

Por Pedro Rodrigues Neto, do Diário do Sudoeste

Curitiba – O conselho político PDT Paraná definiu na tarde de segunda-feira os rumos do partido para o período que antecede as eleições 2010. Com a candidatura do senador Osmar Dias ao governo do estado consolidada, os pedetistas querem agora seguir um caminho independente ao da executiva nacional, para que desta forma tenham mais liberdade na escolha dos aliados futuros.

O encontro, realizado hoje, em Curitiba, serviu para alinhavar não apenas os rumos da candidatura de Osmar, mas também o posicionamento do partido frente a adversários políticos, que neste momento são representados por Beto Richa e Alvaro Dias, que disputam a vaga de candidato ao governo do Paraná pelo PSDB.

O deputado Augustinho Zucchi, presidente estadual do PDT, disse que o momento é de organizar as frentes partidárias para começar uma discussão ampla com aqueles partidos que pretendem compor uma base de apoio a candidatura de Osmar Dias. Em entrevista ao Diário, Zucchi manteve a postura adotada no início do ano e reforçou a pragmática de não particularizar alianças em nome de apoio ao nome de Osmar. “O que nós queremos é compor uma base forte e que se identifique com nosso programa de governo”, explicou Zucchi.

No entanto o que chamou atenção ao término da reunião foi a nota oficial emitida pelo partido (ver abaixo), que entre outras deliberações, trazia a decisão de que a executiva estadual seria soberana nas decisões políticas para a composição de alianças. Em meias palavras Zucchi, Osmar e companhia não irão compor com o PT no Paraná se isso não for interessante politicamente, ao contrário da executiva nacional que já firmou o pé no palanque da candidata a presidência da república pelo PT,a ministra Dilma Roussef.

Mesmo assim uma dobradinha com o partido do presidente Lula não está descartada. Tanto que na próxima quinta-feira, dia 28, o senador almoça com a ministra Dilma para discutir a relação. O mesmo deverá acontecer com outras lideranças partidárias. “Nós não vamos nos engessar pela decisão da executiva nacional. Primeiro porque não existe a verticalização, o que nos da legitimidade do ponto de vista legal. Segundo, porque a conjuntura política do estado é diferente. O que eu posso dizer é que nós podemos nos alinhar conforme for conveniente para o fortalecimento da candidatura do Osmar”, declarou o presidente estadual do PDT.

E para quem pensa que o PDT namora exclusivamente com o PT de Lula, Paulo Bernardo e Dilma, Augustinho Zucchi revela uma lista bem maior de pretendentes. Entre os partidos que estariam flertando com Osmar estão o PSC, PP e o PR, que pela vontade do deputado federal, Fernando Giacobo, já está no palanque do senador há tempos. “Temos ainda as conversas com o PMDB”, elencou.

A condição das bases de sustentação se alterna em realidades com e sem o apoio do PT e do presidente Lula. Não se descarta também um reforço vindo do PPS de Rubens Bueno, mas aí a conversa fica bem mais complicada e delicada. “O PPS já declarou várias vezes que se nós estivermos com o PT, eles estarão com o PSDB. Então não dá para falar muito neste momento”.

Estaleiro

O resumo da ópera de Osmar é que com a candidatura muito bem definida até este momento os pedetistas observam atentamente o tabuleiro político que muda conforme o sopro do vento na capital. Ninguém confirma, mas talvez a indefinição do PSDB ainda interfira nas relações do partido do velho Brizolla com outras legendas.

Zucchi faz mistério, escapa pela tangente e não diz que sim nem que não sobre os desejos do PDT de fechar logo as alianças para as eleições. Quando questionado se a reunião marcaria o início de uma nova caminhada, o deputado aproveitou. “Não estamos iniciando nada, estamos dando continuidade. Nosso projeto está em andamento desde abril do ano passado, um programa legítimo que já contou com a participação de 10, 12 partidos”, disparou,

O deputado foi além e rebateu os boatos e declarações que colocam em duvida a candidatura do senador ao governo do estado. “A candidatura do Osmar é fruto de sua história política no estado. Vem da ultima disputa histórica no Paraná e nasceu de uma decisão partidária. Não nos cabe comentar se vai ou não vai, nos cabe fazer o nosso trabalho, até porque na eleição passada se falava muito que ele não iria. Depois que ele não iria para o segundo turno, depois que teríamos uma derrota com pelo menos 500 mil votos de diferença e o resultado todo mundo sabe. A candidatura não pertence mais ao Osmar, é do partido”, concluiu o deputado.

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Política de alianças do PDT será definida pela executiva estadual

Partido também vai elaborar carta-compromissocom princípios a serem seguidos num futuro governo

 

Brasília 25.01.2010 – A política de alianças em torno da candidatura de Osmar Dias ao Governo do Estado para as eleições de outubro próximo serão definidas pela executiva estadual do PDT. A decisão foi tomada durante reunião do partido que aconteceu na tarde desta segunda-feira, 25. Durante o encontro, vereadores, prefeitos e os deputados do PDT no Paraná confirmaram a decisão de apresentar candidatura própria nos pleitos de 2010.

“A minha candidatura é uma decisão do PDT e eu sou obediente. O partido assumiu uma posição e vai reafirmá-la com a elaboração do seu plano de governo. E os partidos que concordarem com essa proposta serão bem-vindos”, afirmou Osmar.

O PDT também deliberou a elaboração de uma carta-compromisso contendo princípios que deverão ser seguidos pelas legendas que desejarem fazer aliança com a candidatura pedetista. “O PDT no Paraná vai se colocar contra privatizações e a favor do fortalecimento do porto e das empresas públicas. Portanto, os partidos que quiserem se aliar terão que ter ciência destes princípios”, explicou o pré-candidato.

As alianças com a candidatura de Osmar Dias deverão ainda seguir as diretrizes do Plano de Governo montado por meio do Projeto Paraná, série de reuniões feitas nas diversas regiões do Estado desde abril de 2009. Com a conclusão do Projeto Paraná, será a primeira vez que um plano de governo é feito com a participação direta da população e de entidades da sociedade organizada.

ALMOÇO COM DILMA – Nesta quinta-feira, dia 28, o senador Osmar Dias, líder do PDT no Senado Federal, participa de almoço com a Ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, em Brasília, juntamente com o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi. No encontro, o PDT vai apresentar as reivindicações do partido, como os posicionamentos com relação à educação em tempo integral, a distribuição igualitária dos royalties do pré-sal entre os estados e a defesa dos bancos públicos para apoiar Dilma como candidata a presidente. “Independente do apoio em nível nacional, o PDT nos estados está liberado para fazer as suas alianças”, afirmou Osmar Dias.

Conselho Político do PDT define prioridades para as eleições de outubro
Na primeira reunião do Conselho Político do PDT do Paraná deste ano de 2010, realizada nesta segunda-feira, 25 de janeiro, em Curitiba, o partido definiu as seguintes prioridades a serem cumpridas com vistas às eleições do mês outubro.

1 – Projeto Paraná: É prioridade do partido a continuidade do Projeto Paraná e a elaboração do Plano de Governo que será apresentado à população paranaense e aos partidos políticos pelo candidato do PDT ao governo do Paraná, Osmar Dias. A formação de alianças políticas em torno da candidatura própria do PDT será programática e deverá seguir o Plano de Governo, que tem por base as propostas que integram o Projeto Paraná, em curso desde abril de 2009, e que traz em seu conteúdo as contribuições da população de todas as regiões do Estado.

2 – Compromisso: O PDT do Paraná irá apresentar uma Carta de Princípios aos cidadãos paranaenses e aos partidos políticos. Na carta estarão contemplados os compromissos e a linha de ação que o PDT irá implantar no futuro governo.

 3 – Alianças: Caberá à Executiva Estadual a política de alianças partidárias.

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