Caigangues e Guarani na área de tensão em Mangueirinha
Texto e fotos de Pedro Rodrigues Neto
Após muita negociação com os índios, finalmente tive acesso ao grupo Guarani que está responsável pela “tarefa” de incendiar as torres de energia, caso não haja acordo cobre os escritórios da Funai. O indio de cocar e arco e flecha que aparece na foto acima é o pajé Guarani Salvador Borges, 100 anos. “Todos os guerreiros de hoje eu tratei quando criança” disse ele. Os índios estão prontos para a batalha. Jovens caminham com tacapes na mão para cima e para baixo e gritos de guerra são facilmente ouvidos, principalmente quando a polícia se aproxima. Vale lembrar que para chegar ao local e poder conversar com esse grupo, precisei ficar três dias junto aos Kaingangs, que no final da tarde de sexta-feira acabaram articulando minha entrada em terras Guaranis. As ameaças são reforçadas a todo o momento.Eles se dizem ofendidos por não serem recebidos e não estão brincando. O clima entre os manifestantes e a Polícia Rodoviária Federal é tenso. Três caminhões estão presos no cerco formado no trevo que dá acesso a Mangueirinha. Converso com os caminhoneiros diariamente. Eles estão bem. Todos podem deixar o local quando quiserem, mas os caminhões são impedidos de sair do cerco. No final de semana não deverá ocorrer incidentes, mas a partir de segunda-feira as coisas devem se complicar mais um pouco.