6:25No coração, sem fim

Não há fim para o que está no coração.

Alguém me contou isso uma vez. Ela disse que vinha de uma poema em que acreditava. Pelo que entendi, significava que aquilo que você guardasse no coração, bem dentro das suas dobras vermelhas e aveludadas, sempre estaria ali para você. Não importa o que acontecesse, estaria ali esperando. Ela disse que podia ser uma pessoa, um lugar, um sonho. Uma missão. Qualquer coisa sagrada. Contou que tudo está conectado naquelas dobras secretas. Sempre. É tudo parte do mesmo, e sempre estará ali, pulsando no mesmo ritmo do coração.

Tenho 52 anos e acredito nisso. À noite, quando tento dormir mas não consigo, é quando tenho certeza. É quando todos os caminhos parecem se conectar e vejo as pessoas que amei e odiei, ajudei e machuquei. Vejo as mãos que projetam-se em minha direção. Ouço a batida e compreendo o que devo fazer. Sei qual é minha missão e sei que não há como ignorá-la.

de Harry Bosch, detetive criado por Michael Connelly, na abertura do livro “Luz Perdida

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