Da Gazeta do Povo, em reportagem de Mauri König:

No Paraná, nove entre dez apostam no ano novo
Levantamento realizado pelo Paraná Pesquisas mostra que, para 90% das pessoas, o ano que começa deve ser melhor do que o anterior

Se repetir o ano recém-terminado, 2010 fará brilhar o calendário da maioria dos paranaenses. Aprovado com louvor por 2 entre 10 habitantes do estado, que o julgaram ótimo, 2009 também foi considerado bom pela metade da população do estado. Só foi ruim ou péssimo para 1 entre 10 pessoas, e regular para outras duas. A expectativa é ainda mais otimista para o ano que entra. Nada menos que 9 entre 10 paranaenses acreditam em dias melhores. Só 1% crê num ano pior, e 6% acham que tudo será igual. A percepção – seja ela otimista ou nem tanto – é a mesma para os habitantes da capital e do interior.

Os resultados fazem parte de uma consulta popular feita pelo Instituto Paraná Pesquisas com 1.830 pessoas acima de 16 anos em 65 cidades do Paraná, entre os dias 16 e 21 de dezembro. E os números mostram os homens levemente mais satisfeitos com 2009, se comparados com as mulheres. Quanto aos níveis de insatisfação, o ano terminou regular independentemente de sexo (23%), mas no geral foi mais sofrível para elas do que para eles. Foi melhor ainda para quem tem entre 25 e 34 anos. Dessa parcela da população, 72% consideraram bom/ótimo o ano que se vai. Os que menos gostaram têm entre 45 e 59 anos (11,5%).

Quanto maior o grau de instrução escolar, maior a satisfação com o ano que terminou. Foi bom ou ótimo para 76% daqueles com ensino superior, mantendo empate técnico entre as demais faixas de escolaridade, com leve vantagem para quem tem ensino médio (65,5%) na comparação com aqueles que fizeram apenas o ensino fundamental (65%). Há uma pequena inversão de posições entre esses dois últimos quando se trata de ruim ou péssimo, na faixa entre 9% e 10,5%, mas os mais escolarizados seguem a tendência e só 6,5% deles se queixam de 2009.

Entre os que declararam a renda salarial na pesquisa, 2009 foi melhor para quem ganha mais. O nível de satisfação atingiu 74% (ótimo/bom) dos que ganham mais de R$ 4.650 por mês, contra apenas 61% de quem ganha até R$ 1.395. Se servir de consolo a esses, o ano também não foi nada bom para uma entre 10 pessoas incluídas na melhor das faixas salariais. Já na divisão geográfica, foi melhor para os moradores de Curitiba e região metropolitana (70%) do que para os do interior do estado (65,5%). Em contrapartida, o ano foi sofrível para 1 entre 10 paranaenses, independentemente de que região habite.

Otimismo em alta

Uma das razões para tantas e tão boas expectativas está no DNA do brasileiro. “O povo brasileiro é otimista por natureza”, diz o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, economista pós-graduado em Marketing. E, segundo ele, motivos para isso não têm faltado. O Brasil, por exemplo, não foi sugado pelo redemoinho da crise global, os índices econômicos do país estão bons, a classe C melhorou de vida, o emprego está em alta. Tudo isso deixa o povo mais esperançoso. “As pessoas estão vivendo melhor, estão consumindo mais, e isso leva ao otimismo”, explica.

E não é preciso um evento em particular na vida de cada um para melhorar a percepção de futuro. Se a agenda positiva do país é grande, como tem sido nos últimos anos, o povo acha que as coisas vão melhorar para ele também. E são muitas as boas notícias sobre o Brasil. A mídia passa a ideia de que haverá uma transformação, por exemplo, com o advento da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016. “Não se sabe se essas transformações vão acontecer, mas a ideia que se passa é essa”, analisa Hidalgo.