11:57Para Requião, Banco Central é o vilão

O PMDB do Paraná informa:

Brasil não pode mais ficar refém de quem mais errou: o Banco Central, diz Requião

“O Brasil não pode mais ficar refém de quem mais errou: o Banco Central”, disse nesta quinta-feira (31) o governador do Paraná, Roberto Requião, sobre a condução da política econômica brasileira marcada pelos juros altos, os maiores do mundo, e a preferência pelo rentismo frente à produção.

Mesmo em tempos de crise, o Banco Central manteve a Taxa Selic nos 8,75% ao ano, cortou o crédito aos pequenos e à produção, e agora incentiva a entrada de capitais especulativos na intenção de flexibilizar o câmbio e manter o consumo em alta.

“Atualmente, temos no Banco Central gente competente para cuidar da moeda, mas sem nenhuma sensibilidade social, sem capacidade de montar um plano agrícola, um plano viário, uma política de desenvolvimento ou uma
política econômica para o Brasil”, disse Requião, pré-candidato do PMDB á Presidência da República.

Precarização
“O Banco Central quer que nos tornemos uma China, com menos habitantes,
para vender ao mundo a precariedade do trabalho, o salário baixo, a
exportação de commodities. Hoje, a venda de minérios e grãos para a
China é o que sustenta nossa economia”, completou Requião.

Para Requião, termos como Taxa Selic, Copom e spread já fazem parte do
cotidiano brasileiro embora poucos ainda atentem o quão nefasto é à
produção nacional e aos trabalhadores ficar refém das pragas econômicas
criadas pelo neoliberalismo e que ainda se perduram.

Spread
“Desde domingo (27), as agências de notícias divulgam que o spread
bancário, que é a diferença entre a taxa passiva e ativa dos bancos,
custa R$ 261,7 bilhões aos brasileiros e é o mais alto de 40 países com
o mesmo modelo”, apontou Requião.

Estudo da Fiesp mostra que se a diferença entre a taxa de juros cobrada
por bancos e financeiras e a taxa que eles pagam para captar recursos
(spread) seguisse os padrões internacionais, esse custo cairia para R$
71,5 bilhões, o que representa uma redução de R$ 190,2 bilhões.

       “Isso significa um custo enorme à produção nacional, aos brasileiros,
inviabiliza novos investimentos e dificulta, sobremaneira, o aumento dos
salários. O estudo da Fiesp indica que spread equivale a 42,6% de tudo o
que é investido no Brasil em formação bruta de capital fixo e a 12,3% do
consumo das famílias. É mais uma praga do neoliberalismo”, disse
Requião.
       Redução do crédito
       O plano de governo do PMDB, segundo Requião, vai propor a redução do
custo de crédito no Brasil – um dos mais altos do mundo. “Só as grandes
empresas, bem relacionadas com estado brasileiro, conseguem linhas de
créditos satisfatórias. Enquanto isso, a parte mais importante da
economia brasileira, onde está a parte avassaladora dos empregos e onde
gera a maior parte do produto, as pequenas e médias empresas, estão
carente de tudo, de acesso à crédito, à tecnologia, à conhecimento”,
disse Requião.

       As palavras de Requião se sustentam na análise do consultor Roberto
Troster, ex-economista chefe da Federação Brasileira dos Bancos. Troster
diz que a taxa média do custo de crédito para pessoa jurídica é mais de
dez vezes superior à americana e na pessoa física a diferença é ainda
maior.

E que parte da causa das distorções está na falta de transparência e
flexibilidade do mercado de crédito no País. Para Troster, enquanto há
uma oferta rápida e generosa das linhas de crédito caras e demoradas, a
oferta de linhas baratas é travada.

       Juros altos
Requião também não concorda com a taxa básica de juros (Selic), mantida
em 8,75% ao ano. Juros altos, segundo Requião, significam retração na
produção e desemprego como efeito colateral. “Temos uma taxa de juros
que continua asfixiando a produção e a abertura de novos postos de
trabalho”, disse.

       Outro ponto nessa conta é que mais da metade da dívida pública do
governo federal é indexada exatamente à taxa Selic. “Taxa alta, gastos
de mais com juros, e menor investimento em escolas, hospitais, habitação,
segurança e infra-estrutura”.

“Não podemos ficar reféns de 20 mil especuladores que não estão
dispostos a construir fábricas e gerar empregos, mas interessados em
realizar ganhos rápidos, donos de um capital tão volátil quanto éter,
capaz de ir embora com a mesma velocidade com que entra num mero clique da
internet”, completa Requião.

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