18:22Polícia prende mais 15 da selvageria no Couto Pereira

Nunca é tarde! Da Agência Estadual de Notícias:

Polícia prende 17 envolvidos em confusão no estádio Couto Pereira e interdita sede de torcida organizada
Equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) prenderam na manhã deste sábado (12) 15 acusados de envolvimento no quebra-quebra ocorrido domingo (6), no jogo entre Curitiba e Fluminense no estádio Couto Pereira, no bairro Alto da Glória, em Curitiba. Outras duas pessoas já haviam sido presas no decorrer da semana, o que totaliza 17 presos até o momento. A polícia também interditou a sede da torcida organizada “Império Alviverde” e apreendeu durante toda a operação cerca de meio quilo de maconha, uniformes, fichas cadastrais de torcedores, alguns computadores, bandeiras, faixas queimadas e outros materiais que incitam a violência, como DVDs neonazistas e livros de guerra, além de quatro armas (uma espingarda calibre 36, um revolver calibre 32, um revolver calibre 38 e uma espingarda de pressão), que foram encontradas na residência de dois suspeitos durante cumprimento de mandados de busca e apreensão.

De acordo com as investigações do Cope, a ação criminosa foi resultado de um planejamento feito por integrantes da Império Alviverde e também por torcedores não-filiados, os quais tinham a intenção de protestar contra a má fase do time durante sua participação no Campeonato Brasileiro. As investigações apontam que os suspeitos articularam promover o tumulto cerca de 10 dias antes do ocorrido na volta de uma viagem da torcida. As prisões foram efetuadas durante operação desencadeada às seis horas da manhã deste sábado (12) com o objetivo de cumprir mandados de prisão de busca e apreensão expedidos pela Justiça após identificação dos suspeitos.

Participaram da operação policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar e da Rone (Ronda Ostensiva de Natureza Especial). As prisões foram realizadas em diversos bairros de Curitiba e Região Metropolitana, e entre os presos estão Reimackler Alan Graboski, 30 anos, vice-presidente da torcida organizada, que tentou fugir no momento da prisão, e Oswaldo Fernando Dietrich, 36 anos, coordenador de eventos do Coritiba Futebol Clube e um dos responsáveis pela segurança dos eventos no estádio.

“Para quem tinha dúvidas do envolvimento de torcidas organizadas em conflitos como esse, está aí a prova. As torcidas organizadas no futebol são verdadeiras organizações criminosas. Defendemos a exclusão desses grupos para que não ocorram mais conflitos como esse”, declarou o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.

De acordo com a polícia, das mais de 60 pessoas ouvidas até agora, 40 foram interrogadas. As prisões são resultado de um intenso e integrado trabalho de investigação da polícia, que teve como base fotografias, filmagens, e principalmente as diversas e qualificadas denúncias da população. Em apenas 24 horas as polícias Civil e Militar receberam mais de 100 denúncias por e-mail e telefone fornecendo pistas e identificando os autores.

“Em nome da polícia paranaense quero mais uma vez agradecer a toda a população que ajudou a polícia com informações importantes para que pudéssemos responsabilizar os culpados pela selvageria que aconteceu no estádio Couto Pereira e chocou o Brasil”, disse Delazari.

O delegado que comandou as investigações, Miguel Stadler, explicou que as pessoas detidas tiveram diferentes participações. Eles articularam a invasão, aliciaram os torcedores, ameaçaram dirigentes e, ao final, participaram efetivamente das agressões e invasão ao gramado. “Tudo ocorreu assim que a partida foi encerrada justamente como forma de protesto pela má fase do time durante sua participação no Campeonato Brasileiro. Ficou claro que eles tinham o objetivo de promover todo tipo de dano no estádio, bem como agressões contra jogadores e dirigentes”, relatou o delegado.

Além das pessoas detidas nesta manhã, outros envolvidos no crime estão sendo identificados e irão responder na medida de suas participações. As investigações prosseguem com o objetivo de individualizar a ação de cada um dos envolvidos e de identificar outros suspeitos de participação, por isso às denuncias podem continuar sendo enviadas para a polícia. “Nós trabalhamos com a possibilidade de novas prisões nos próximos dias”, disse Stadler.

OUTRAS PRISÕES – Duas pessoas já haviam sido presas no início da semana, Geison Lourenço Moreira de Lima, 20 anos e Gilson da Silva, da mesma idade. Lima teve a prisão decretada na manhã de terça-feira (8), e detido em uma academia de musculação no bairro Cajuru. De acordo com a polícia ele aparece em várias fotos divulgadas pela imprensa segurando um banco que em seguida foi jogado na direção do grupo de policiais militares que tentava conter o tumulto. Nessa ação o soldado Luis Ricardo Gomides, do 12º Batalhão da PM, foi ferido dentro do campo. Silva foi detido no final da manhã de segunda-feira (07), também suspeito de agredir, em campo, o soldado Gomides. De acordo com Stadler, o agressor do policial militar utilizou uma barra de ferro para desferir golpes contra o PM.

Os envolvidos irão responder na medida de suas participações pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, dano qualificado, ameaça, invasão de campo, lesão corporal e formação de quadrilha. Eles permanecem presos à disposição da Justiça.

Foram presos nesta manhã com mandado de prisão:

1- Marcelo Barbosa, 26 anos
2- Carlos Eduardo Koerting, 21 anos
3- Claudinei Aparecido Rodrigues Dos Santos, 33 anos
4- Eder Luiz Gonçalves, 29 anos
5- Leonardo De Oliveira Rocha, 21 anos
6- Raphael Alexandre Passos, 25 anos
7- Reimackler Alan Graboski, 30 anos
8- Renato Marcos Moreira, 25 anos
9- Guilherme Cesar Zdroyeski Muller, 22 anos
10- Miguel Antonio Chyla Ribas, 25 anos
11- Oswaldo Fernando Dietrich, 36 anos
12- Henrique Mira Schott, 21 anos
13- Alan Ribeiro, 27 anos
14- Marcelo Santos Brasil, 21 anos
15- Luiz Paulo Correa Dias, 22 anos

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