De uma leitora indignada:
Meu marido foi fazer compras lá ontem pela primeira vez: o novo Angeloni no Bigorrilho, onde anteriormente existia o Clube Juventus. Escolheu deixar o carro no estacionamento descoberto, externo, e não no gigantesco do subsolo. Manobrou, parou o carro, desceu uma escada e entrou no super. Fez as compras, saiu do caixa com o carrinho lotado, sentindo-se otário por ter percebido que os preços em geral são mais altos do que no supermercado onde costumamos fazer as compras da casa. Mas até aí tudo bem, o consumidor tem opção. Constatado isso,  não se volta mais e pronto. O absurdo veio na sequência. Não tem acesso para o carrinho de compras, do supermercado para o estacionamento externo. Só tem aquela escada de degraus. Não tem rampa, elevador, nem escada rolante. Portanto, também não tem acesso para cadeirantes. E, portanto, a pessoa que deixou o carro no estacionamento descoberto, como ele, e fez compra grande, com várias sacolas, faz o quê?

Paga o mico de largar o carrinho no pé da escada, pegar quantas sacolas quanto conseguir pendurar nos braços, com o risco daquelas porcarias estourarem, atravessar a escada todo carregado e… 1) leva as compras até o carro enquanto o carrinho com o resto das sacolas está largado ao Deus-dará ou 2) deixa as sacolas no fim da escada, volta, pega o resto, e assim faz várias viagens de uma ponta da escada para a outra, para depois fazer várias outras viagens com as sacolinhas até o carro ou 3) conta com a solidariedade de outros clientes que passam pelo mesmo vexame e ficam ali se ajudando, carregando sacolinhas pela escada e cuidando uns das compras e carrinhos dos outros.

Ele perguntou para uma funcionária do Angeloni se não tinha acesso de elevador ou rampa. Ela riu amarelo e disse que não, que para o estacionamento externo, só pela escada mesmo. A mesma funcionária informou que em alguns horários tem “uns meninos por ali” pra fazer esse serviço de carregamento de sacolas. Não explicou se são funcionários do Angeloni ou piás de fora, que ficam na escada pra ajudar os clientes e tirar um troco.

Engraçado é que eu lembro de passar por ali durante as obras (é caminho de casa) e ver a placa de engenheiro responsável pela obra – o cara tinha o mesmo sobrenome, um tal de Angeloni.