Do jeito que veio:
Na segunda-feira (23), começa no Circo Voador do Rio de Janeiro o 1º encontro sulamericano de populações afetadas pelos projetos financiados com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). É o caso de grandes obras, como a construção de usinas hidrelétricas, projetos ligados à produção de etanol e nas áreas de mineração e siderurgia, entre outros. O encontro vai reunir cerca de 200 pessoas de vários cantos do país, onde existem financiamentos desse porte e, entre estas, cinco ribeirinhos paranaenses, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB): Jadir Bonacina, Adenir Requelin, Miguel Wasczuk, Clemente Kubiak e Francisco Trozinski.Eles também são moradores da Bacia do Rio Chopim, no Sudoeste do Paraná, e têm questionado os projetos de construção de 12 usinas no curso do rio. As duas principais e que estão em fase mais adiantada de implantação, especificamente no aguardo das liberações sócioambientais, pertencem ao Grupo Gerdau. Por conta da crise mundial, a Gerdau recebeu no segundo trimestre de 2009 aproximadamente 1,5 bilhão em empréstimos do BNDES para seus investimentos. As usinas do rio Chopim devem expulsar de suas terras mais de duas mil famílias de agricultores de 12 municípios do Sudoeste do Paraná. Até o momento, a empresa não discutiu com os ribeirinhos qualquer plano para o reassentamento das famílias e indenização dos prejuízos caso essas obras realmente saiam do papel.
No encontro do Rio de Janeiro, que vai até o dia 25, as cerca de 30 entidades que se articulam na Plataforma BNDES querem reforçar a importância de serem ouvidas ao longo da implantação desses projetos de desenvolvimento de grande impacto socioambiental. O MAB lembra que o orçamento do BNDES para 2009 é de R$ 160 bi e que, nos últimos anos, a instituição assumiu um papel central na definição do modelo de desenvolvimento do Brasil. As discussões serão transmitidas pela internet.
Mais informações, na página do MAB:
http://www.mabnacional.org.br/noticias/111109_encontro_atingidos.html
Ou no site da Plataforma BNDES:
Saiba como acompanhar as discussões pela internet no link: