Recolher palavras feito operário
tirando d’água
incêndios do sol.
Tecer poemas com fios d’oiro
colhidos de imensas tardes.
Depositar afeto e quietude
nos sonos de cada um.
Na amplidão infinita o céu.
Somente o céu.
Assim como nossos olhos
empalidecidos,
cansados de tanto olhar.
Milagre não é ver o Menino,
a festa dos anjos, as luzes de Deus.
Milagre é amanhecer na alma,
renascer e viver.
de Zeca Corrêa Leite