Ao largo de mim passam as velas da vida
de cores fortes e outras esmaecidas,
algumas mais lentas e outras velozes
levando pessoas com os rostos voltados
para mim e para o outro lado,
onde é sempre entardecer.
Agita-se o mar, tem hora,
mas no mais das vezes
é sempre manso e amigo
e as pessoas estão felizes e calmas.
Essas pessoas não me vêem
e eu sempre imagino que por lá,
nessas embarcações,
os dias despertam e anoitecem
com uma música que nunca ouvi.
Mas eu não sei…
Eu fico a olhar o largo
e as velas da vida que passam por mim.
de Zeca Corrêa Leite