14:24Grevistas da Celepar desmentem diretoria e afirmam que movimento tem 80% de adesão

Do jeito que veio: 

Os trabalhadores em greve DESDE O DIA 04 de novembro, aprovaram por unanimidade em assembléia nesta sexta (06), moção de repúdio contra nota publicada pela diretoria da Celepar (ler abaixo). Na nota, eles desmentem,o comunicado e aproveitam para reiterar os pontos que justificam o movimento grevista: 

MOÇÃO DE REPÚDIO 

O SINDPD-PR em sua função precípua de defender os interesses dos Trabalhadores repudia veementemente nota publicada pela empresa em seu Sítio Oficial no dia 04/11/2009 e através dessa moção vêm a público esclarecer: 

1-     Diferente do que está sendo divulgado, o motivo da GREVE não é a Redução das Horas extraordinárias determinada pela diretoria. Portanto, am empresa continua mentindo e demonstrando descompromisso com a imagem da Instituição e dos trabalhadores. O SINDPD-PR de forma alguma concorda com os abusos cometidos pela direção da empresa exigindo jornadas extenuantes e ilegais dos trabalhadores. 

2-     O itens, conforme a empresa divulga que foram atendidos (diminuição do intervalo de almoço para uma hora, fim das restrições para auxílio educação e o fim da grade de cursos graduação) eram flagrantemente ilegais e seriam consideradas nulas perante o judiciário em nosso entendimento.

3-     Reiteramos que, devido à falta de diálogo e a quebra de confiança perante os trabalhadores, faz-se necessário trazer a público que a GREVE continua por tempo indeterminado e se justifica pelos seguintes pontos: 

a)     Cumprimento total do Acordo Coletivo de Trabalho firmado em junho do corrente ano. 

b)    Retomada imediata das negociações Intra-Acordo, com cronograma definido para implementação do PCS (plano de cargos e salários), PLR (participação de lucros e resultados) e PDVA (plano de demissão voluntária para aposentados). 

c)    Respeito à representação legal dos trabalhadores, o SINDPD-PR, respondendo a todos os ofícios protocolados em prazo razoável, dentre os quais, o que pede esclarecimentos sobre os assessores (quantos são, quais são as funções etc).

Ressaltamos mais uma vez que a consequência das atitudes truculentas e desrespeitosas da direção da Celepar culminou no movimento de greve que já conta com a adesão de mais de 80% dos trabalhadores. 

Essa moção foi aprovada por unanimidade em assembléia realizada hoje (06/11/2009), às 10h00 pelos trabalhadores presentes. 

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Diretoria da Celepar não vê motivos para a greve dos funcionários

O principal motivo da greve dos trabalhadores da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), iniciada nesta terça-feira (3), é a redução das horas extraordinárias determinada pela diretoria da empresa. Na avaliação da diretoria, não existe nenhum outro motivo para a paralisação, já que os três principais itens alegados para a paralisação, segundo o Sindicato que representa os empregados, foram atendidos pela empresa: diminuição do intervalo de almoço de 1,5 hora para 1 hora, fim das restrições para concessão do auxílio-educação (cursos de graduação) e a grade de cursos de interesse, previstos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2009). A partir deste mês também começarão a ser aplicados os 2% sobre a folha de pagamento a título de promoção, outra medida prevista no ACT 2009.

Sobre a redução das horas extras, a diretoria da Celepar explica que a medida atendeu exigência do Tribunal de Contas, que desde abril vem advertindo sobre o excesso do uso dessa prerrogativa, “sob pena de responsabilização dos gestores”. Há casos em que o número de horas extras e de sobreaviso aumentavam os vencimentos dos empregados até cinco vezes. Nos últimos meses os gastos da empresa com o pagamento de trabalho extraordinário mais os encargos chegaram a R$ 360 mil/mês. O mais grave é que esse montante foi gasto para o pagamento de apenas 12% dos funcionários da Celepar.

Para a diretoria da Celepar, o problema não é só de custos, “mas do excesso de trabalho além do permitido pela lei e dos prejuízos que isto pode acarretar para a segurança e a saúde do trabalhador”. Para diminuir a necessidade de horas extras, a Celepar realizou em outubro concurso público para contratação de técnicos em vários setores. Os novos empregados deverão assumir suas funções nos próximos dias.

Segundo o presidente da Companhia, Vanderlei Iensen, a Celepar é um dos órgãos do governo que mais cresceu nos últimos sete anos. “A empresa vivia um processo de sucateamento e de tercerização de seus serviços. Os contratos de terceirização somavam mais de R$ 400 milhões”, lembrou. “O atual governo rompeu com esses contratos, investiu em infra-estrutura, desenvolvimento tecnológico, contratação de pessoal, capacitação profissional e expandiu os serviços ofertados pela empresa. Hoje a Celepar é reconhecida pela excelência de seus serviços e é referência nacional no desenvolvimento de soluções em software livre”, destacou o presidente. No mês passado foi inaugurado um novo prédio da Companhia, ao lado da sede histórica no Centro Cívico, em atendimento a uma demanda de mais de 35 anos.

Em relação aos salários, além da recomposição de todas as perdas inflacionárias, no Governo Requião (2003-2009) os empregados da Celepar tiveram um ganho real de 8,3%. “Os trabalhadores da Celepar, mesmo nos períodos mais difíceis da economia, sempre tiveram o reconhecimento do atual governo durante as negociações trabalhistas”, diz Iensen. Ele revelou que desde o início do movimento se colocou à disposição para dialogar com o sindicato sobre eventuais divergências.

A greve não prejudicou nenhum serviço essencial do Estado, que dependem dos sistemas hospedados e mantidos pela Celepar. Serviços de saúde, segurança e da Receita Pública continuam funcionando normalmente.

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