15:38Bituca é cocô de cachorro

De um colaborador do blog: 

A lei anti-fumo da cidade de Curitiba caiu no agrado dos não fumantes. Isso é um fato! Mas como tudo que diz respeito à vida em sociedade e exige mudança de comportamento obedece mais à lei da relatividade que às determinações do poder público, ela também está provocando um efeito imprevisto e que só é percebido pelos moradores das imediações de bares, boates, restaurantes e outros locais que concentram jovens e notívagos no centro da cidade. 

Uma moradora da rua Comendador Macedo, entre a Francisco Torres e a Mariano Torres, denuncia que os advogados de um cursinho preparatório para o exame da OAB e para concursos públicos que tem por ali, após a sanção da lei anti-fumo, passaram a fumar em grupos, no intervalo das aulas, do lado de fora da escola. Até aí, tudo bem. Acontece que os tais intérpretes das leis acabam deixando um rastro indesejável para os moradores do quarteirão. Sem qualquer responsabilidade com o lixo que produzem, esses engravatados jogam dezenas de bitucas de cigarros na calçada todas as noites que, além do incômodo do mau cheiro e da sujeira, vão parar nos esgotos da região. Os mesmos esgotos que regurgitam o acúmulo desses dejetos cada vez que chuvas fortes e tempestades dão o ar da graça na capital paranaense, ou seja, quase toda semana nessa época. 

Cada um é responsável pelo lixo que produz

A moradora indignada sugere um aditivo à lei no sentido de cobrar responsabilidade desses fumantes com relação ao descarte das suas bitucas. Ela tem a esperança de que se crie aqui um hábito comum nos países desenvolvidos, que obriga o dono dos cachorros e de outros animais doméstico a recolherem os cocôs deixados pelos animais quando saem para passear e defecam no caminho. O que, diga-se de passagem, não é feito em qualquer local, mas em espaços específicos. “Não quero impedir que eles fumem na rua, em ambiente aberto, mas apenas que catem suas bitucas e as jogue no lixo, porque é muito relaxo o que estão fazendo”, diz a moradora. “Não vai cair a mão de ninguém. Bituca de cigarro pra mim é que nem cocô de cachorro”, reclama.

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