14:00Brasil fica em 75º no Índice de Desenvolvimento Humano

por Claudia Andrade, do UOL Notícias:

A expectativa de vida é um indicador que puxa para baixo a posição do Brasil no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Se esse fator fosse considerado isoladamente, a posição brasileira na lista seria a 81ª. No ranking de nações divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o Brasil aparece na 75ª posição, com uma expectativa de vida de 72,2 anos, em média.

A partir dessa constatação, o relatório da ONU defende um aumento na expectativa de vida para melhorar o IDH do país. Essa melhora poderia vir com o aumento de recursos para a área da saúde. Segundo o levantamento, o Brasil destinou 14,5% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação, no período compreendido entre os anos 2000 e 2007, e apenas metade disso – 7,2% – com saúde (dado de 2006).

O economista sênior do Pnud, Flávio Comim, afirma que a desigualdade de renda no país se reflete na expectativa de vida. “Ao mesmo tempo em que encontramos bairros com expectativa acima de 80 anos em outros lugares a média é de 60 anos.”

Segundo ele, uma das principais causas da expectativa de vida no país ainda não ser a ideal é a mortalidade infantil. Em regiões mais pobres do Brasil, onde as mães têm nível educacional inferior, o índice chega a 119 crianças mortas a cada mil. “Uma taxa superior a alguns países africanos”, explica

“Investir na educação também ajuda a melhorar a expectativa de vida. A educação está na direção certa. Mas tem que investir mais em saúde, dando atenção aos mais pobres”, defende Comim.

“O importante é saber como uma expectativa de vida de 72,2 anos possa passar para 82 anos, como no Japão, ou para 80 anos, como na maioria dos países desenvolvidos. Para isso é necessário um conjunto de políticas que vão desde a saúde até o combate à violência”.

Ministério da Saúde contesta dados
O Ministério da Saúde afirma que o quadro atual da mortalidade infantil no Brasil é diferente do apresentado pela ONU. “Não estão pegando a realidade recente do Brasil. Com certeza, a partir de 2010 vai haver uma melhora”, diz o diretor do departamento de análise de situação de saúde do ministério, Otaliba Libânio.
Ele citou dados bem melhores em relação à mortalidade infantil. Os números mostram que, em 1990, a taxa era de 53,7 mortes a cada mil crianças entre 0 e 5 anos. Em 2007, o índice caiu par 23,1 mortes a cada mil nascidos vivos.

“Esse é o indicador que mais tem apresentado melhora. A meta do milênio, para 2015, deve ser atingida antes disso. Nossa expectativa é que, se continuar caindo assim, a meta será atingida em 2012”, diz Libânio. A meta a ser atingida é de 17,9 mortes a cada mil crianças entre 0 e 5 anos.

O diretor do ministério diz que as mortes por violência, inclusive no trânsito, têm peso igualmente grande na expectativa de vida no Brasil. Concorda, no entanto, que o país precisa de mais investimento em saúde.

Para que os investimentos possam aumentar, ele cita aquela que tem sido a bandeira do Ministério da Saúde, a regulamentação da Emenda 29, que fixa percentuais mínimos a serem destinados pela União, Estados e municípios para a área de saúde.

A lei que regulamenta os percentuais está parada no Congresso Nacional por conta de uma divergência em relação à criação da nova CPMF, que está incluída na Emenda 29. A oposição é contra o novo imposto e tem obstruído a votação na Câmara dos Deputados.

Ranking do IDH 2009
1) Noruega 0,971
2) Austrália 0,970
3) Islândia 0,969
4) Canadá 0,966
5) Irlanda 0,965 
13) EUA 0,956
44) Chile 0,878
75) Brasil 0,813
180) Serra Leoa 0,352
181) Afeganistão 0,352
182) Níger 0,340

Fonte: PNUD

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