14:33Flavio Arns retorna ao PSDB

Do UOL, em reportagem de Claudia Andrade:

O senador Flávio Arns (PR) filiou-se nesta quinta-feira (1º) ao PSDB. Ele havia deixado o PT, legenda que defendia desde 2001, durante a mais recente crise do Senado. O senador foi contra a indicação do PT para que a bancada do partido votasse a favor do arquivamento das acusações contra José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética da Casa.

Arns disse ter sido convidado para retornar ao partido no qual iniciou sua carreira política em 1990. E aceitou o convite por considerar que a legenda tucana “amadureceu”.

“Nesse momento eu tenho absoluta certeza que o partido já amadureceu, tem uma perspectiva diferente, já foi poder. Conheço muito bem as lideranças do partido e tenho absoluta convicção de que essas pessoas têm entre suas bandeiras a bandeira da ética, da transparência, da aplicação correta de recursos. Isso é fundamental”, disse o novo tucano.

O senador desconversou sobre a disputa de uma vaga no Senado nas eleições do ano que vem. Ele afirmou que o mais importante é brigar por bandeiras como “o diálogo com a sociedade, a valorização dos movimentos sociais, a busca dos direitos sociais e dos direitos humanos, num processo de transparência”.

“As outras discussões pessoais, em termos de para quê me candidatar ou coisa semelhante, isso é num segundo momento, numa segunda etapa. Não estou absolutamente brigando por cargos. O mais importante para o Brasil é ter uma perspectiva de consolidação e de ampliação de tantas coisas que sabemos que são fundamentais para o país”.

Assim como ocorreu com o PT, a saída de Arns do PSDB também aconteceu em um momento de divergência com o partido. Em 2001, ele assinou um documento a favor da instalação da CPI da Corrupção, durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso.

“Aquela assinatura foi importante e necessária, como foi fundamental também minha atitude aqui no Senado em relação ao clamor da sociedade pelo não arquivamento do processo (no Conselho de Ética)”.

O senador voltou a dizer que não está preocupado com uma eventual perda de mandado. “Temos que tomar a atitude correta. Aquilo que a consciência indica que seja o correto, que a sociedade pensa que seja o adequado. Se a gente colocar dentro desse pensamento o cargo, naturalmente a decisão correta não vai ser tomada”.

“Eu sempre fui muito claro que, quando saí do PT, saí não em função de uma infidelidade minha ao partido, mas sim, uma falta de fidelidade do partido ao seu ideário. E esse debate, se for necessário, será feito no TSE que é a instância adequada. Nesse momento não tenho absoluta preocupação em termos de cargo, de processo, seja lá o que for. Tenho absoluta segurança e tranquilidade com a população”, completou.

A assessoria de comunicação do PT informou que não houve deliberação sobre um possível questionamento da saída do senador na Justiça Eleitoral. A última reunião do Diretório Nacional foi realizada no dia 17 de setembro. A falta de discussão sobre o assunto seria uma indicação de que a legenda não pretende contestar o mandato.

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