por Ary Kara:
A nova propaganda da Caixa Econômica que utiliza a música “Você não vale nada” é um dos maiores absurdos da propaganda brasileira. E como se trata de banco estatal, a coisa piora. A mensagem clara, direta, afirma que as pessoas da Classe “C, D e E”, emergentes, não valem nada, mas o banco gosta e empresta dinheiro para trocar os objetos estragados, velhos. Tanto isso é verdade que eles são trocados. O próprio publicitário assume que foi ousado, como pode-se ler no texto abaixo. Houve discriminação das pessoas. E se lançassem um jingle do presidente Lula com a mesma música? Será que ele iria gostar? Segue também o link dos vídeos.
http://www.youtube.com/watch?v=YrVV3tpr6M0
http://www.youtube.com/watch?v=BIek-_HM6GM
Do site “Portal da Propaganda” (www.portaldapropaganda.com.br):
01 de setembro de 2009
“Você não vale nada, mas eu gosto de você”, regravada pelo grupo Calcinha Preta, é hoje a música-tema de novela de maior sucesso no País e também da nova campanha de Crédito da Caixa, que começa a veicular nacionalmente hoje, dia 1º, com inserção também no break da novela das oito da Rede Globo.
“Está na boca do povo, é a música mais ‘baixada’ na internet … é um tremendo sucesso nacional” diz, entusiasmado, Erh Ray, presidente e diretor de criação da BorghiErh/Lowe, agência da Caixa responsável pela criação da campanha.
“Foi uma questão de oportunidade”, revela José Henrique Borghi, presidente e diretor de criação da agência. “A Caixa buscava alcançar a grande massa de consumidores, sobretudo, essa classe C emergente. E para anunciar o crédito mais barato do mercado, com as melhores taxas, dentro desses objetivos da campanha, o grande recall da música foi determinante para a criação. Pois, assim, asseguramos, antecipadamente, atenção e lembrança à campanha”.
Erh destaca que é obrigação da agência ser ousada e criativa. “Mas é uma satisfação enorme ter um cliente igualmente ousado e com coragem estratégica para veicular campanhas como esta”, afirma. A BorghiErh/Lowe acaba de completar, no último dia 22/08, o seu primeiro ano de atendimento à conta.
A Campanha – O refrão da música serve para mostrar a tolerância – ou seria a insatisfação contida – das pessoas com produtos que não funcionam mais tão bem. Para eles é anunciado o Crédito da Caixa. E, assim, aqueles mesmos consumidores podem, então, adquirir novos produtos. Basicamente é esse o racional criativo da campanha, explica o redator André Pessoa, um dos criativos diretamente envolvidos.
Os principais meios de veiculação serão a TV e o Rádio. Os filmes foram produzidos pela Margarida, com direção de Ricardo Gordo Carvalho. E o jingle foi gravado pela MCR, com a voz de um “cover” da banda Calcinha Preta – os autores da versão original da música na novela. Completam a campanha os meios Jornal, Revista e Internet. As fotos são do fotógrafo Rogério Alonso e foram produzidas com o mesmo “casting” e na mesma locação dos filmes.
Assinam a criação José Henrique Borghi, Erh Ray, André Pessoa e Gustavo Simões; direção de criação de José Henrique Borghi, Erh Ray e Fernando Nobre; atendimento de Ricardo Hoffmann e Larissa Santos; e aprovação do cliente Clauir Santos, Edson Kikuchi, Adriana Probst e Elias Junior.
FICHA TÉCNICA
Títulos: “Vale Nada” e “Vale Nada 2”
Duração: 2X30″ / 1X7″ / 1X5″
Produto: Crédito
Cliente: Caixa Econômica Federal
Características: 35mm
Produtora: Margarida Flores e Filmes
Produção: Margarida Flores e Filmes
Direção: Ricardo “Gordo” Carvalho
Direção de Fotografia: Alex Sernambi
Cenografia: Patrícia Pereira
Pós-produção: Ilegal FX
Montador: Alessanco Lopes
Trilha: MCR
Maestro: Lino Simão e Maurício Novaes
Locução: Romis Ferreira
Direção de Criação: José Henrique Borghi, Erh Ray e Fernando Nobre
Criação: José Henrique Borghi, Erh Ray, André Pessoa e Gustavo Simões
Direção RTVC: Márcia Coelho
Produção RTVC: Márcia Coelho e Débora Souza
Atendimento: Ricardo Hoffmann e Larissa Santos
Aprovação (Cliente): Clauir Santos, Edson Kikuchi, Adriana Probst e Elias Junior
Planejamento: Gabriela Soares e Thais Frazao
Mídia: Rosana Ribeiro, Yuri Tashiro, Vera Bomfim e Ivone Camargo