Nem a Gazeta do Povo deu importância à entrevista de Roberto Requião publicada ontem. Perfeito! Méritos apenas à competência e persistência do correspondente André Gonçalves, que já tinha levado um chega-pra-lá ao tentar falar com o governador depois do encontro deste com o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff. No mais, Requião comprovou que vive em planeta próprio, distante da realidade. Afirmar que sua candidatura à presidência da República seria viável se o PMDB lhe desse a legenda porque a administração que faz no Paraná é o “ó do borogodó”, é um fato que merece apenas ser levado a congressos de psiquiatria para ser estudado. No meio disso, contudo, um recado que deve ser analisado: quando ele fala que pode não concorrer ao Senado e levar o mandato até o final, isso vai direto ao quengo do vice Orlando Pessuti, que sonha assumir o governo para alavancar sua (dele) candidatura. Mas também pode ser a revelação de alguém que sabe que, se concorrer a uma das duas vagas com Gustavo Fruet, Gleisi Hoffmann, Abelardo Lupion e Ricardo Barros, corre o risco de fazer a felicidade da legião de inimigos, ou seja, encerrar a carreira política com uma grande derrota nas urnas – e esse gostinho não está na programação dele.