11:10Requião e Pessuti no jogo do anjo com o demônio

Dentro do PMDB ninguém esconde mais que, de fato, Roberto Requião e o vice Orlando Pessuti não vão mais à mesma missa. Claro que é um movimento do governador, que no passado não muito distante, logo depois de assumir o terceiro mandato, deu uma traulitada no vice que se arvorou, à época, em se apresentar como sucessor natural. Mistura-se aí a personalidade de Requião, que não bate nada com a de Pessuti, bonachão e que se dá bem com todo mundo. Requião conversa com Alvaro Dias, como vai fazer hoje, mas não é bobo. Sabe que para este ser candidato, só se Beto Richa e Osmar Dias resolverem fazer, juntos, fazer uma viagem de meses à Índia, para imersão ao fundo da mente e da alma sob orientação de um guru que mora no fundo de uma caverna no alto de um montanha. Pessuti alimenta o sonho de ter Dias como adversário, pois, assim, poderia vencer a parada. Na verdade, o governador mexe com as peças do xadrez porque precisa se situar para disputar tranquilo uma das duas vagas ao Senado. Mas só pode fazer isso enquanto tem o poder da caneta na mão. Na hora de decidir, pode abraçar Osmar ou Beto, discretamente, mas pode – e não terá nenhum pudor em fazer isso, pois é escolado em política e Orestes Quercia. O governador sabe que não terá como segurar as bancadas estadual e federal – e ele sabe que muitos estão namorando com o prefeito há tempo (e ele não impediu isso). Talvez aí esteja o grande problema: ao sair, passará a caneta e o canhão a Pessuti, que não deve ser tão anjo quanto parece.

Compartilhe

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.