8:20Gol contra e cadeira do dragão

Marcos Malucelli, presidente do Clube Atlético Paranaense, conseguiu um golaço contra e empatou com o antecessor, Mario Celso Petraglia, quando este decretou que as rádios do Brasil pagariam para transmitir os jogos do time – e ficou falando sozinho. O atual cartola programou o seguinte: num dia, revelou que a dívida do clube é de R$ 16 milhões. No outro, informou, através do site oficial (www.atleticoparanaense.com), que haverá um “realinhamento de valores” para quem comprou por um ano o direito de ver os jogos do time numa cadeira do estádio Joaquim Américo. Traduzindo: a diretoria do clube resolveu enfiar a mão no bolso do torcedor que paga R$ 50 por mês (R$ 600 por ano) em débito automático ou cartão de crédito. A facada anunciada é de 40%, ou seja, R$ 20 a mais por mês, com vigência imediata. Para os incautos que compraram cadeiras no novo setor, o B1, talvez por causa do sol, chuva e sereno no quengo, a pancada começa a valer em novembro, afinal, entraram na fria recentemente. E o que disse o presidente a respeito desta espetacular jogada de marketing? No site Furacão.com (www.furacao.com)  está lá gravado para a posteridade a entrevista que ele deu para a rádio CBN: “Eu acredito que a maioria absoluta dos atleticanos pensa que vintão (20 reais) por mês não vai deixar ninguém mais pobre, ninguém mais rico”. E não foi só isso! Malucelli caprichou ainda mais na justificativa:  “Hoje eu não sei o que (R$ 20) pode significar, mas 4 ou 5 latinhas de cerveja ou alguns pacotes de pipoca. É impossível que o torcedor atleticano fanático não possa destinar mais R$ 20 para o seu clube por mês”, afirmou o presidente. Ontem à noite, no empate sem gols contra os reservas do Botafogo, em jogo válido pela Taça Sul-Americana, a sensação que se tinha ao final da pelada, onde o time rubro-negro manteve o padrão patético de futebol dos últimos meses, era a de que se tinha sentado durante 90 minutos na “Cadeira do Dragão” (instrumento de tortura durante a ditadura militar) depois de ser comunicado que o “tratamento” era pago e tinha sofrido reajuste sem direito a reclamações.

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