Do jeito que veio:
Documentos com informações e indícios de práticas criminosas e manipulação da opinião pública, organismos de controle de contas e do Judiciário, beneficiando interesses privados, foram entregues, nesta terça-feira (25), à Comissão Especial do Lixo, na Câmara de Curitiba. O secretário-geral da Defensoria Social, Leonardo Morelli, entregou dossiê sobre áreas irregulares na região de Curitiba endereçada aos vereadores Pedro Paulo (PT) e Roberto Hinça (PDT). Morelli deve ser um dos primeiros convidados pela CEI do Lixo para prestar esclarecimentos. “Acho fundamental ouvirmos os detalhes das denúncias apresentadas pela entidade”, comentou o vereador Pedro Paulo, que tem acompanhado audiências e reuniões sobre o assunto. Roberto Hinça adiantou que o dossiê será um dos objetos de estudo e serão tomadas providências para esclarecimento do material entregue, que traz irregularidades no licenciamento de áreas para novos aterros na região.
Investigação
A defensoria pede à Câmara Municipal investigação de suposta ação mafiosa com formação de quadrilha, corrupção e outros crimes de aterros privados em Balsa Nova, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu e Ponta Grossa, além de ações no combate ao crime de indução da Justiça ao erro, citação das denúncias ao Tribunal de Contas e à Justiça do Estado do Paraná. De acordo com Morelli, o material é resultado de uma série de investigações e levantamentos a partir do recebimento de demandas da comunidade, “o que nos leva a levantar suspeitas quanto ao que pode estar por trás do imbróglio jurídico institucional que se transformou a questão do lixo na região metropolitana de Curitiba.” Considerou, ainda, que a sociedade está submetida ao risco de uma emergência artificialmente tramada para que grupos econômicos privados, aliados a interesses políticos, se beneficiem, colocando em prática ações criminosas que precisam ser denunciadas e investigadas.
Os vereadores Jonny Stica (PT) e Mario Celso (líder do prefeito) também acompanharam a entrega do dossiê.