14:25Em Maringá, Richa disse não

Em entrevista publicada ontem no jornal “Diário de Maringá”, Beto Richa (PSDB) disse o seguinte, ao ser perguntado se era candidato ao governo do Paraná: “Não sou candidato a governador. Tem especulação, tem pesquisas que me colocam em uma posição de destaque e me sinto honrado por merecer a confiança do povo do Paraná”. No texto de abertura, o jornalista Edmundo Pacheco cravou que que Richa vai cumprir o mandato de prefeito de Curitiba até o fim. Confiram:Ele nasceu no seio de uma família onde se respirava política a todo o momento. Filho do deputado federal, senador e governador do Paraná, José Richa, Carlos Alberto Richa, nasceu em Londrina. Passou parte da infância em Brasília, onde morava a família. Voltou para o Paraná em 1982, quando o pai foi eleito governador do Estado, onde fixou residência em Curitiba e permanece até hoje.

Na capital, trocou a profissão de engenheiro pela política. Em 1994, ingressou na vida pública e aos 29 anos foi eleito deputado estadual com 22 mil votos. Quatro anos mais tarde, foi reeleito com o dobro dos votos. Foi vice-prefeito na gestão de Cássio Taniguchi (2001-2004) e também secretário de Obras Públicas.

Disputou o governo do Paraná em 2002 e fez quase 900 mil votos, mas não passou para o segundo turno. Em 2004, foi eleito prefeito de Curitiba e, em 2008, reeleito no primeiro turno, com uma votação histórica. Este é o perfil do prefeito Beto Richa, apontado nas pesquisas, principalmente nas realizadas na capital do Estado, e pelos especialistas da área, como virtual candidato ao Palácio do Iguaçu.

O prefeito de Curitiba, no entanto, nega e garante que vai cumprir o mandato até o fim. Enquanto o partido aguarda o momento de definir o nome que vai concorrer ao cargo de governador, Beto Richa conversas com lideranças políticas e faz incursões pelo interior do Estado que deixam o nome dele em evidência.

“O pedágio tem que ser tratado com seriedade. É preciso chegar a um entendimento onde prevaleça o interesse público. Promessas de acabar, de reduzir… Isso tudo foi um engodo eleitoral’’. “Fui a Brasília conversar com o Senador Osmar Dias, para ver a possibilidade de estarmos juntos. Defendo a tese da união. Por isso, tenho evitado falar em nomes para o governo”

O Diário – O senhor garantiu a seus eleitores da capital que cumpriria o mandato de prefeito até o fim. Mudou alguma coisa das eleições para cá?

Beto Richa – Não. Sempre respeitei a opinião pública. Tive uma votação histórica, fui apontado pelas pesquisas como o melhor prefeito do Brasil, então, é evidente que tenho compromisso com a população de Curitiba. Meu mandato pertence às pessoas que me elegeram e tenho procurado fazer jus a essa confiança.
O Diário – Isso quer dizer que o senhor não é candidato a governador?

Beto Richa – Não sou candidato a governador. Tem especulação, tem pesquisas que me colocam em uma posição de destaque e me sinto honrado por merecer a confiança do povo do Paraná.
O Diário – Quem é o seu candidato então?

Beto Richa – Ainda é cedo para se falar em nomes. Tenho defendido a tese de que devemos manter unido o grupo das últimas eleições. É um grupo muito forte. Juntos podemos construir um grande projeto de desenvolvimento econômico e social para o Paraná.
O Diário – Quando será a escolha do nome?

Beto Richa – Ano que vem. Vamos ver quem reúne as melhores condições para ser o candidato a governador.

O Diário – O senhor tem feito constantes incursões pelo interior do Paraná. Os vereadores de Curitiba, da oposição, o acusam de fazer campanha antecipada ao governo…

Beto Richa – Pois é, todos dizem que sou candidato. O único que diz o contrário sou eu.
O Diário – Então, qual é o objetivo do senhor nessas viagens pelo interior?

Beto Richa – Eu sou político. Nunca deixei de participar de reuniões de meu partido, de atender a convites para palestras. É uma forma de fortalecer o PSDB.
O Diário – Há o perigo de uma intervenção do PSDB nacional para definir quem será o candidato ao governo do Paraná?

Beto Richa – Não. Aqui o partido tem liberdade de atuação e temos trabalhado em perfeita sintonia com a direção nacional.
O Diário – Em Brasília o senhor conversou com Osmar Dias?

Beto Richa – Sim. Fiz uma visita de cortesia como sempre faço. Falei com o Osmar, com o Álvaro e outros de minha relação.
O Diário – Nessas conversas se falou, por exemplo, em uma união?

Beto Richa – Eu fui lá para manter aberto o dialogo com o Senador Osmar Dias, para ver todas as possibilidades, até o último momento de estarmos juntos. Se não for possível é compreensível a disputa, mas eu defendo a tese da união. Por isso, tenho evitado falar em nomes.

O Diário – União com o Osmar Dias, não? Já que a candidatura do Álvaro Dias complica tanto para o senhor quanto pra ele…

Beto Richa – É… No PSDB se o Álvaro sai eu não saio… O momento, no entanto, é de dialogo e de busca de um denominador comum. Tudo está indefinido. Hoje ninguém é candidato. Faltam cerca de dez meses para as convenções.
O Diário – Para a Presidência, o PSDB tem dois nome fortes: José Serra e Aécio Neves. Qual dos dois candidatos tem mais chances eleitorais?

Beto Richa – Hoje, pelas pesquisas, o José Serra. Agora em competência, qualidades pessoais, ética, honestidade, os dois têm condições. Para mim, é indiferente. As pesquisas de opinião pública é que serão determinantes para definir o nome do partido. Se o favoritismo for mantido, será difícil tirar do Serra.
O Diário – Um assunto pontual: Governo Federal regulamentou a profissão de mototaxista, como o senhor vai tratar deste assunto na capital?

Beto Richa – Não vou regulamentar. O transporte coletivo da cidade é referencia internacional. Temos um excelente serviço de táxis, então não temos a necessidade de mototáxi. Vamos regulamentar o serviço de motoboys, mas mototáxi não.
O Diário – Maringá tem um problema com o lixo, como está a questão na capital? Tá resolvida?

Beto Richa – Não está resolvida. Nós lançamos um edital de licitação. Muitas empresas estão participando, mas por ser muito grande, despertou o interesse do Brasil todo e choveu liminares para todo os lados. Na primeira fase ficamos um ano derrubando liminares. Agora na segunda fase, mais 30 liminares. Já foram derrubadas 29 e ainda falta uma para dar sequência à licitação de uma usina de processamento de resíduos sólidos que será administrada por um consorcio municipal metropolitano com 18 municípios. Vamos reduzir em 85% o aterro que hoje recebe 2,3 mil toneladas de lixo por dia.
O Diário – Pra encerrar, se o senhor fosse candidato a governador do Paraná, qual seria o seu projeto para o Estado?

Beto Richa – Se eu fosse candidato a governador, minha proposta seria a mesma que fiz em Curitiba: mudança no jeito de governar. Com mais democracia, ouvindo as pessoas. Para que tudo tenha viabilidade de implantação, seja na área de segurança, saúde, educação, geração de emprego e renda, ambiental, tudo depende do jeito de se governar este Estado. Em Curitiba, graças a Deus deu certo. As pessoas participam das decisões de nossa administração. Eu realizei mais de 270 audiências públicas pelos bairros da cidade. Isso facilita, por exemplo, saber as dificuldades que as pessoas enfrentam no dia a dia e com isso a gente toma medidas administrativas que atendam aos anseios da população e se constrói uma relação de confiança entre o poder público e a população.
O Diário – Na mesma linha. Se o senhor fosse candidato, como trataria a questão do pedágio?

Beto Richa – O pedágio tem que ser tratado com seriedade. Promessas de acabar, de reduzir… Isso tudo foi um engodo eleitoral… Tem que revisar os contratos e chegar a um entendimento onde prevaleça o interesse público. Fazer uma fiscalização rigorosa para saber se os valores são esses mesmos, se os investimentos foram feitos. Se houver irregularidades, ter a coragem de punir e reduzir os valores. Qualquer afirmação sem saber a fundo o que dizem os contratos é balela e demagogia como já aconteceu no passado.

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