21:51Paulo Baier

Paulo Baier parece que sempre esteve em Curitiba. Naquele armazém e bar antigo que, graças a Deus, ainda há aos montes pelos bairros da cidade. Quieto, tomando qualquer coisa na medida exata, sem encher o saco de ninguém e só falando quando é instigado. E quando ele fala, é direto, simples, como alguém que tem a experiência de mil vidas. Paulo Baier é assim em campo. Chegou ao Atlético com o peso dos 35 anos e uma fama que fez no Goiás. Foi ao Nordeste (Sport Recife) e, de repente, no meio da crise rubro-negra, desembarcou em silêncio e assim foi entrando e atuando nos jogos. Quando se adaptou a tudo, ele falou. Do seu jeito simples de estar em todos os cantos, de dar o drible mais simples, de bater na bola dando-lhe o efeito de entortar a bola e a espilha de goleiros. Hoje, no estádio Joaquim Américo, ele apareceu como se entrasse no bar com roupa de ir à missa no domingo. Fez dois gols, sofreu o pênalti que Marcinho converteu para fechar a vitória de 3 a 0 sobre o Barueri, e só não saiu carregado em andor pela torcida porque, por uma fração de segundo, se adiantou e recebeu impedido um passe do mesmo Marcinho – mesmo assim mostrou como seria a obra de arte, ao encobrir o goleiro com o toque preciso. Paulo Baier é aquele polaco amigo que encontramos sempre por aí no canto do balcão – e  só não dizemos que gostamos muito dele e não o abraçamos por ele ser assim mesmo porque sabemos que é tímido.

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