9:18Sobre amor e estádio de futebol

Racionalidade não combina com paixão. A ideia de Mario Celso Petraglia de transformar o estádio Joaquim Américo, do Atlético Paranaense, na casa do rival Coritiba só vinga na cabeça e no coração de quem coloca números e modernidade empresarial na frente do principal, que é história alimentada pelo mais nobre dos sentimentos, o amor a um time. Atlético e Coritiba existem também porque não se misturam de forma alguma. A rivalidade entre times é tão antiga quanto a bola. Ninguém tira os méritos de Petraglia, um dirigente que transformou o Atlético num clube respeitado e conhecido em todo o Brasil pela organização, revelação de jogadores e, principalmente, conquista de títulos. Mas foi ele também o responsável pela mudança radical no uniforme, jogando no limbo toda a história das listras horizontais para, em nome do tal marketing, transformá-las em verticais como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Não é – e os atleticanos que amam a história do clube hoje babam ao ver a camisa do Flamengo de listras finas, horizontais, imaginando que o uniforme do time da Baixada poderia ser assim. Se o problema é o investimento para a Copa do Mundo, para o torcedor ele não existe. Os atleticanos querem ver seu time jogando contra o CSE de Palmeira dos Indios do que ver um Estônia x Lituânia, se a questão é essa. Agora, compartilhar o templo sagrado com o inimigo… não tem nem o que pensar.

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