8:27Metrô na linha de tiro

Enquanto a prefeitura anunciava ontem que os vereadores da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas da Câmara Municipal de Curitiba assistiram, no Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), uma apresentação sobre o Metrô Curitibano, “que está neste momento em fase de elaboração dos projetos de engenharia”, algumas perguntas começaram a sair dos bastidores da Câmara, claro que vindas do outro lado da trincheira: quem vai administrar o sistema? A Urbs? Será feita integração com municípios da Grande Curitiba?

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Uma ideia sobre “Metrô na linha de tiro

  1. LINEU TOMASS

    HISTÓRIA DO METRÔ DE CURITIBA.

    O arquiteto Jaime Lerner, deixou marca indelével na cidade Curitiba, notadamente com a revolução que fez no transporte por ônibus em vias expressas, há mais de trinta anos, cujo sistema é seu carro chefe, do qual Lerner não abre mão em hipótese alguma por vaidade, mesmo que seja trombar com o consagrado sistema de metrô nas maiores capitais do mundo.
    Lerner, equivocadamente, é visceralmente contra o sistema de metrô.
    O projeto básico do metrô de Curitiba, por pressão do arquiteto Jaime Lerner, e do lobye dos empresários do transporte coletivo de Curitiba, ficou engavetado no IPPUC por mais de nove anos, e graças a uma ação política do Deputado Federal Ratinho Junior e de sua equipe, o pré-projeto do metrô foi desengavetado, através de uma pressão na Câmara Federal, com inserção no orçamento federal de 2008 de emenda para construção do metrô, cuja emenda depois, sofreu alteração com a inserção no PPA-PLANO PLURI-ANUAL, deste segundo Governo do Presidente Lula, o que assegurou inclusão de verba para construção do metrô até 2010.
    Após esta pressão na Câmara Federal, o prefeito Beto Richa, para não “perder o metrô da história”, determinou ao IPPUC que tirasse o pré-projeto do metrô da gaveta, determinando a continuidade dos estudos, e hoje já se atingiu a fase de elaboração do projeto de construção, que deve estar pronto até o final de 2009, se não for barrado pelo Sindicato do Transporte Coletivo.
    Entretanto, apesar destas providências da Prefeitura, as forças contrárias a construção do metrô de Curitiba, continuam agindo, patrocinadas pelo Sindicato do Transporte Coletivo de Curitiba, somados a escola da linha “lernista” do IPPUC e do próprio Jaime Lerner, o qual se declarou contra o metrô em extensa reportagem publicada no jornal A Gazeta do Povo.
    Esta união de forças contrárias a implantação do metrô estão centradas na alegação equivocada de um projeto de sobrevida do atual sistema de ônibus implantado há 30 anos por Jaime Lerner, cujo sistema está exaurido e não mais atende adequadamente aos usuários do transporte coletivo, com frota sucateada que tem provocado acidentes graves, inclusive com mortes de passageiro.
    Dez a nos, de sobrevida no sistema atual, não é nada na vida de uma Capital como Curitiba.

    DO IMPASSE DO MODELO ATUAL.

    O sistema de ônibus em vias expressas de Lerner, exauriu-se em função de que o transporte coletivo expandiu-se às cidades da Região Metropolitana, o que e superlotou os ônibus expressos, sendo agravada esta situação pela migração interna decorrente do êxodo rural, que ainda está em andamento.
    Como os ônibus circulam pela superfície do sistema viário, o caos no trânsito se instalou, pois não existem mais espaços vagos de circulação, além das paradas obrigatórias a cada esquina por exigência dos semáforos e da fluidez dos demais veículos. Criou-se o impasse no sistema.
    Daí surgiu a idéia dos técnicos da CBTU – Cia. Brasileira de Trens Urbanos, em instalar um sistema de metrô movido a energia elétrica, , utilizando-se o espaço subterrâneo até sete metros abaixo das próprias vias expressas, o que barateia o custo com desapropriações, e evitando-se assim o caos do trânsito de superfície, aumentando a fluidez das linhas principais da Capital, e com a vantagem de não poluir o meio ambiente, como ocorre hoje.
    O metrô, que Lerner é contra, está sendo instalado em todas as capitais do País, inclusive em Brasília onde ele presta assessoramento técnico.

    O METRÔ, A COPA DO MUNDO E OS INTERESSES.

    Constatado que o sistema de Lerner não mais atendia os usuários de Curitiba , as forças contrárias ao metrô, forçam um plano de reformulação do sistema, com reforma das canaletas, ônibus maiores e com isto impõem no IPPUC e no Gabinete do Prefeito Beto Richa, um plano de sobrevida dos sistema expresso, calculado em mais dez anos, e ao mesmo tempo em que torpedeiam o projeto do metrô, através de seminários já realizados, com ajuda adicional da maioria dos vereadores de Curitiba.
    Por cálculos básicos após a implantação da linha do metrô, da CIC até Santa Cândida, o faturamento dos empresários de ônibus deve baixar uns 40% ou seja R$ 880 mil reais por dia, já que o faturamento diário dá mais de R$ 2 milhões de reais POR DIA. O metrô significa fim do monopólio e de muito dinheiro fácil que atende a muitos interesses políticos nas eleições da Capital, somados a estes escândalos políticos que todos conhecem.
    Com a decisão de que a Copa de mundo de 2014 terá uma das sedes em Curitiba, potencializou-se a idéia da construção do metrô que entra como compromisso de Curitiba, o que abalou o forte lobye que num primeiro momento recuou e depois partiu para o contra novo ataque ao metrô.

    ATAQUE AO METRÔ COM BONDINHO E TOBOGÃ.

    Os donos do monopólio do transporte coletivo, sempre acham um jeito de boicotar e atrasar a construção do metrô, e dias atrás, vieram com mais uma.
    Em julho deste ano, o prefeito Beto Richa, designou um importante assessor para novos projetos, o qual foi autorizado a anunciar, pasmem, a construção de um bondinho de superfície para percorrer o centro de Curitiba, ao custo de R$ 11 milhões de reais, cujo sistema é um sonho bucólico de Lerner, desde há muitas décadas, cujo projeto foi torpedeado pela mídia anos atrás.
    Um conhecido meu, ligado ao lobye dos donos dos ônibus de Curitiba, deixou escapar um plano meio maluco que eles tem na gaveta, que seria a construção de trincheiras nas vias expressas para os ônibus passarem por baixo nas esquinas, evitando-se os semáforos, numa espécie de via estilo tobogã, com um sobe e desce constante a cada esquina. Idéia maluca, que pelo menos pode provocar discussão e atrasar mais ainda a construção do metrô.
    Este deve ser o sistema de “ônibus rápido”, que Lerner está propondo.

    OS INTERESSES POLÍTICOS.

    Os recursos para o metrô de Curitiba, portanto, se houver interesse do da Prefeitura e do Governo Federal, podem ser alocados até 2010, sem nenhum problema.
    Entretanto, temos que registrar que o Governo Federal tem interesse de participar deste projeto, através da CBTU- Cia. Brasileira de Trens Urbanos, que é um órgão federal, e o Sr. Beto Richa e seus auxiliares, todos ligados ao PSDB, estão colocando ponta política nessa pretensão do Governo Federal, o que poderá gerar novos impasses no cronograma da construção do metrô de Curitiba, cujo primeiro trecho está previsto para inaugurar antes da Copa do Mundo.

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