18:40Estrada de ferro e ambientalistas

Da assessoria da Ferroeste:

“O movimento ambientalista é totalmente favorável a projetos como o da Ferroeste, que eliminam vários problemas ambientais do transporte por caminhão”. Foi com esta declaração que o professor do curso de gestão ambiental da UFPR, Paulo Marques, resumiu suas impressões sobre a palestra que o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, apresentou nesta quarta-feira (22) no I Simpósio Integrado de Logística Portuária e Meio Ambiente, no Espaço das Américas, em Foz do Iguaçu. O evento é parte da 1.ª Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária, promovido pela Organização dos Estados Americanos (OEA) em parceria com o Porto de Paranaguá (Appa).
O professor, que participa do evento à frente de um grupo de alunos dos cursos de gestão ambiental e de biologia do Campus Litoral, da UFPR, concorda também com a tese da gestão pública da logística portuária. A administração privada, disse ele, “fragmenta” as políticas que deveriam ser de governo. “Ambientalmente é o caos”, afirmou.
O presidente da Ferroeste, em sua palestra sobre as vantagens das ferrovias para o meio ambiente, afirmou que o Brasil precisa mudar sua matriz de transporte “com controle social, ferrovias e portos públicos”. Segundo ele, o país perde o equivalente a um por cento do PIB (Produto Interno Bruto) por conta dos custos do transporte rodoviário, além de consumir energia “irresponsavelmente” e de “sobrecarregar o ecossistema” com uma matriz de transporte irracional.

MENOR CUSTO AMBIENTALGomes disse que as ferrovias reduzem os custos ambientais do transporte porque o modal ferroviário utiliza uma base energética mais limpa, com menor emissão de carbono. “Os trens deslizam sobre trilhos”, explicou, “e consomem menos energia”. Por isso, “a energia consumida para transportar mercadorias e pessoas por ferrovia é imensamente menor do que o gasto no transporte por rodovia”. O modal ferroviário gera menos poluição do ar.
O dirigente mostrou que a construção e a operação de uma estrada de ferro ocupa menos solo e produz menor impacto ambiental ou danos na biodiversidade. A durabilidade das ferrovias ainda reduz gastos com manutenção e poupa recursos naturais. Outra vantagem é a redução do número de veículos pesados nas rodovias, contribuindo para a conservação das estradas, com a redução do número de acidentes, vítimas e mortes no trânsito. Gomes também lembrou que os trens elétricos, cada vez mais comuns nos países desenvolvidos, com energia limpa e renovável, podem ser a solução “para o trânsito caótico e a poluição das grandes cidades”.
A expansão do modal ferroviário resultará na criação de novos empregos e na queda da pressão migratória sobre os grandes centros urbanos, afirma Gomes, além reduzir o impacto da ocupação territorial desordenada que ocorre nas rodovias porque não existe o efeito “espinha de peixe”, com a formação de estradas vicinais, resguardando da agressão ambiental áreas protegidas e reservas indígenas.
Durante a exposição, Gomes sublinhou que “o Paraná dá a sua parcela de contribuição para reduzir os custos ambientais no planeta” ao construir e operar uma ferrovia pública como a Ferroeste. A construção dos ramais da empresa, disse ele, é estratégica para o desenvolvimento econômico-social do Paraná, de Santa Catarina, do Mato Grosso do Sul e Paraguai. A construção de uma segunda linha ligando o interior ao Porto de Paranaguá, só é possível atravessando a Serra do Mar. O novo ramal da Ferroeste, segundo Gomes, será construído com “padrões geométricos e de engenharia do século 21, permitindo desafogar a antiga linha existente, construída no século 19 e absolutamente inadequada ao transporte pesado que hoje, por falta de alternativas, tem que suportar, com grandes riscos ambientais, como revelam os terríveis acidentes, como o da Ponte São João, que chocaram o Paraná e o Brasil recentemente”, concluiu.

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