Para esquentar o debate sobre o melhor sistema de transporte público na Copa do Mundo de 2014, veja o que o arquiteto e ex-governador Jaime Lerner disse em recente seminário sobre o tema e o que transcrito do blog RevistaAutobus, do jornalista Antonio Ferro (http://revistaautobus.blogspot.com):
– Transporte público sempre é tema de discussão política, mas nunca com propostas claras, de longo prazo ou que saem do papel. Precisamos aproveitar que a Copa de 2014 será no Brasil para investir no setor. Pelo tempo que temos e sobretudo pelo custo de implantação, o BRT é uma das melhores alternativas. No Brasil há 40 cidades com mais de 500 mil habitantes e que a implantação de BRT’s pode revolucionar seus sistemas de transporte público. – Precisamos de uma visão prática para a solução conjunta entre todos os meios de transporte coletivo e não a regressão, como no caso do moto-táxi, atividade aprovada recentemente pelo Congresso Nacional.
– Segundo estudo feito pelo economista Frik Kerin para Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o sistema BRT (Bus Rapid Transit) oferece vantagens em relação aos outros sistemas de transporte público de massa no que diz respeito a prazo e custos de implantação. Pelo levantamento, um corredor de BRT com 10 km de extensão pode ser desenvolvido em 2,5 anos com investimento de R$ 111 milhões. A mesma extensão para o metrô requer 9 anos e R$ 2,01 bilhões e o VLT (veículo leve sobre trilhos) exige 5 anos e demanda R$ 404 milhões.
Olhe quem está fazendo o estudo. Já transitou em julgado? Agora, imaginemos se acontecesse o que os idiotas da prefeitura tanto desejam: o curitibano deixar o carro em casa e andar de ônibus. Com tantos ônibus nas ruas e com tanta qualidade, o sistema entraria em colapso no primeiro dia. Mas o Beto estaria viajando mesmo!
Reproduzo aqui a carta que enviei e que foi publicada na Gazeta do Povo de 20/07 a respeito de outra declaração de Lerner sobre transportes:
Jaime Lerner bate na velha e desgastada tecla ao defender exclusivamente o transporte de superfície. Se criou e defende com unhas e dentes o sistema curitibano, não estaria se contradizendo ao afirmar que “não adianta uma ou duas linhas de metrô e o restante da população ter sistemas precários”? Se o transporte daqui é eficiente, com um ônibus a cada minuto (nas palavras dele), como pode ser precário? Quanto a afirmar que em São Paulo 84% dos deslocamentos são feitos na superfície, será difícil enxergar que isso só ocorre por não haver mais linhas de metrô? Jaime conhece diversas cidades no mundo (de onde tirou suas idéias), mas parece fechar os já apertados olhos para muitas coisas.
Jaime Lerner está coberto de razões; no mínimo, tem mais razão que todos os outros juntos que defendem o metro. O que precisa é melhorar a qualidade do transporte coletivo. Isto sim. Não dá para continuar com este tipo revelho e desqualificado, refém das operadoras. Transporte público de qualidade, não mero transporte de massa feito gado, como está patente em Curitiba. Esses “caras” do governo municipal vão cada dois meses para a França e será que não viram nada em Lyon, onde fizeram acordo de cooperação ? Jaime Lerner está mais uma vez com a razão. E Curitiba vai pagar caro com este metro e se meter no buraco junto. Mais se tivessemos as ditas autoridades de controle público positivas e atuantes – tais como o Ministério Público estadual – os direitos indisponíveis da população poderiam ser melhor defendidos. Não temos, temos instituição procurando quem é Alice no País das Maravilhas, isto sim. Falar da Câmara é falar de ninguém. A sociedade, não existe. Só para pagar o pato, o mico e o prejuízo. Curitiba decadente e decaindo, graças às ambições políticas.
Quem não conhece, compra!