8:45Para aprender a exportar software

Do jeito que veio, vai:

O Paraná é um dos mais importantes estados brasileiros produtores e desenvolvedores de software, mas isso não se traduz em visibilidade, participação e representação do setor no cenário nacional. No Estado existem hoje 1.400 empresas que atuam na área de Tecnologia da Informação (TI), sendo que destas 178 são produtoras de software. Apenas 10% delas exportam seus produtos, segundo uma pesquisa feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Regional Paraná (SEBRAE), no ano passado.

Para mudar esse quadro, o Centro Internacional de Tecnologia de Software (CITS), que tem sede em Curitiba, e o SEBRAE iniciam no próximo dia 23, uma série de cursos de capacitação para empresários da área de TI que desejam ingressar no mercado internacional. A iniciativa tem o apoio da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (ASSESPRO-PR).    

      Os cinco cursos fazem parte do projeto de regionalização do BRAZIL-IT, programa que é desenvolvido pela Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (SOFTEX)  e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) em todo o País. O programa conta com apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e do governo federal e usa recursos da União Européia.           

      No Paraná, o projeto de regionalização do BRAZIL-IT foi lançado oficialmente no último dia 22 de maio, em Curitiba, com transmissão para Londrina, Maringá, Cascavel e Pato Branco. Além de cursos, o projeto prevê a realização de rodada de negócios, a participação dos empresários em feiras e seminários e consultorias individualizadas.        

      Maria Tereza Anastácio, gerente de Educação Continuada do CITS, que é  o agente da SOFTEX no Paraná, explica que o BRAZIL-IT tem o objetivo de tornar as empresas brasileiras produtoras de software e prestadoras de serviços correlatos mais competitivas. “Desde que foi lançado, em 2005, o programa busca construir uma imagem de confiabilidade e competência; aumentar a visibilidade do setor de TI brasileiro no exterior e oferecer às empresas, oportunidades de conhecer a concorrência e a forma como as empresas globais se apresentam”, diz.

      Programação – Os cinco cursos programados pelo CITS e pelo SEBRAE para capacitar as empresas em exportação de serviços e software iniciam no próximo dia 23 e seguem até 26 de novembro. Como a exportação de serviços, um dos principais focos da capacitação, é ainda incipiente no Brasil, os conteúdos dos cursos foram desenvolvidos especialmente para esta capacitação.   

      O primeiro curso programado pelo CITS terá como tema “Preparando-se para exportar – acesso a mercados”. Com uma carga horária de 16 horas, as aulas acontecerão nos dias 23, 24, 27 e 28 deste mês, das 19 às 23 horas. O curso será realizado na sede do CITS, na rua do Semeador, 702, na Cidade Industrial de Curitiba.      

      “Formação de preço e tributação em exportação de serviços” é o tema do segundo curso, que tem uma carga horária de 8 horas e acontecerá nos dias 10 e 11 de agosto. As aulas serão realizadas das 19 às 23 horas.      

      O terceiro curso terá como tema “Capacitação em Exportação de Serviços”, que também tem uma carga de oito horas. As aulas acontecerão das 19 às 23 horas.              

      A quarta capacitação acontecerá no dia 15 de outubro, das 8 às 17 horas. Neste dia os empresários poderão agendar consultorias individuais, além de participar de uma palestra de apresentação do Programa para o Desenvolvimento na Indústria Nacional de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (Prosoft). O programa foi criado pelo BNDES e a SOFTEX para estimular a competitividade da indústria brasileira de software em nível internacional, através do apoio a investimentos em desenvolvimento, localização e comercialização de produtos.     

      O Prosoft–Exportação oferece financiamentos a partir de US$ 200 mil até US$ 2 milhões, sem pedir garantias reais. A taxa de juros é a TJLP ou a Libor, acrescida da remuneração do BNDES, que varia de acordo com o tamanho da empresa e o tipo de operação feita, variando de 0,5% a 4% do pleito.     

      O quinto curso terá como tema “Sensibilização em melhoria de processos de software”. As aulas acontecerão nos dias 25 e 26 de novembro, das 19 às 23 horas, totalizando oito horas de carga horária.      

      As aulas do segundo ao quinto curso acontecerão sempre na sede do SEBRAE, que fica na rua Caeté, 150, no bairro Prado Velho, em Curitiba.     

      O pacote com os cinco cursos custa R$ 650,00 para associados do CITS e da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-PR) e pode ser parcelado em três vezes de R$ 250,00. O valor por módulo é R$ 200,00. Demais participantes pagam R$ 725,00 o pacote com cinco módulos ou três vezes de R$ 275,00. Neste caso, o preço do módulo é R$ 220,00.            

      As inscrições ou maiores informações podem ser obtidas no e-mail [email protected] ou pelo telefone (41) 3025-9663.           

      Necessidade – A criatividade do povo brasileiro faz com que os produtos e serviços de TI desenvolvidos no País tenham qualidade e sejam bem aceitos no mercado externo. Mesmo assim, são poucas as empresas que conseguem exportar. Hoje o Paraná possui 1.400 empresas no setor de TI. Destas apenas 178 empresas produzem software, sendo que 22 delas participam do BRAZIL-IT.     

      Uma pesquisa feita pelo SEBRAE em 2008 mostra que 90% das empresas do Estado não exportam e que 57% têm interesse em exportar. Um total de 43% de empresas dizem não ter interesse em fazer negócios no mercado externo, e destas 21% alegam falta de conhecimento e 21% encontram dificuldade de estabelecer parcerias com outros países.            

      No restante do País a situação não é diferente. Um levantamento feito pela SOFTEX mostra que 53,3% das empresas brasileiras dizem ter dificuldade de encontrar canais adequados para seu produto no exterior e 50% alegam não ter recursos físicos e financeiros para atender um mercado já identificado. Por outro lado, 40% dizem ter dificuldade de identificar demandas nos países-alvo, 36,7% não conseguem continuar com os trâmites após a venda e 26,7% não endentem a legislação vigente.          

      Para a SOFTEX as principais barreiras para a exportação de software e de serviços correlatos nacionais estão na carga tributária, no câmbio e no desconhecimento dos produtos brasileiros. A associação aponta ainda a falta de incentivos à exportação e a burocracia como fatores que dificultam a vida dos empresários do setor.     

      Com várias ações acontecendo em todo o país, as entidades envolvidas no desenvolvimento do BRAZIL-IT esperam promover a geração de negócios para as empresas brasileiras de software e de serviços e apoiar às exportações, incluindo ações inovadoras que potencializem as oportunidades de venda de soluções e serviços de TI no exterior. Outro objetivo é tornar a marca BRAZIL-IT reconhecida no mercado internacional como sinônimo de produto e serviço de alta qualidade e confiabilidade.              

      O BRAZIL-IT tem como meta gerar uma receita com exportação na ordem de US$ 120 milhões este ano, chegando a US$ 150 milhões em 2010. Até  o ano que vem, espera-se criar 2.600 empregos diretos em 160 empresas participantes do programa.             

      CITS – O Centro Internacional de Tecnologia de Software (CITS) é uma instituição que oferece apoio operacional às empresas de software instaladas no Paraná, por meio da articulação entre a iniciativa privada, governos e instituições de ensino.            

      Criado em 1992, o CITS desenvolve soluções complexas e inovadoras na área de Tecnologia da Informação (TI), atendendo encomendas de empresas. Sua missão é fomentar a tecnologia em âmbito nacional e internacional, através de parcerias e projetos inovadores. Para isso, oferece serviços de pesquisa e desenvolvimento, consultorias, inovação, formação e capacitação em tecnologia da informação.

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