13:25Beto Richa nega “Caixa 2” em depoimento ao Ministério Público Eleitoral

Do jornal Gazeta do Povo, em reportagem de Fernanda Leitóles:

Beto Richa presta depoimento sobre supostas irregularidades na campanha
Os coordenadores político e financeiro da campanha, Euclides Scalco e Fernando Ghignone, respectivamente, também foram ouvidos pelo MPE

Nesta sexta-feira (10) a reportagem da Gazeta do Povo teve acesso ao conteúdo do depoimento que o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), prestou ao Ministério Público Eleitoral (MPE) no começo desta semana. Richa abordou a questão das supostas irregularidades na prestação de contas de sua campanha à reeleição, por causa dos hipotéticos repasses de dinheiro ao Comitê Lealdade, os quais não teriam sido declarados à Justiça Eleitoral. No depoimento prestado na segunda-feira (6), o prefeito negou que tenha ocorrido qualquer irregularidade na prestação de contas de sua campanha.

Os coordenadores político e financeiro da campanha, Euclides Scalco e Fernando Ghignone, respectivamente, também foram ouvidos pelo MPE. O comitê era formado por ex-candidatos do PRTB que desistiram de concorrer a uma vaga na Câmara Municipal, para apoiarem a reeleição do prefeito tucano.

Beto Richa afirmou ao procurador regional eleitoral, Néviton de Oliveira Batista Guedes, que nunca discutiu ou autorizou pagamentos ao Comitê Lealdade ou a qualquer outro comitê da campanha. Ressaltou que os gastos do comitê de dissidentes do PRTB foram devidamente registrados e que os encarregados pela contabilização e prestação de contas eram Fernando Ghignone e o seu contador Milton Gonzales Augusto.

O prefeito disse também que esteve no Comitê Lealdade apenas em sua inauguração e que ele não tinha grande significância eleitoral. Richa afirmou ainda que não fazia sentido comprometer uma campanha que tinha ampla vantagem nas pesquisas, e que esse tipo de conduta não condizia com a sua forma de trabalhar.

Sobre a relação com o coordenador do referido comitê, Alexandre Gardolinski, declarou que eles não eram próximos e que apenas se encontraram em eventos da campanha. Richa confirmou que Gardolinski trabalhou na prefeitura. Mas, segundo ele, sempre em cargos de menor expressão, por isso não tinham contato. Além disso, o coordenador do Comitê Lealdade teria sido demitido da Fundação de Ação Social (FAS) por Fernanda Richa – presidente do órgão e primeira-dama – porque ela não concordava com o seu perfil de trabalho.

O político do PSDB salientou ainda que não conhecia Rodrigo Oriente – que teria ajudado Gardolinski a fazer as imagens sobre o repasse de dinheiro aos ex-candidatos do PRTB – e que não teve qualquer relação com a sua nomeação.

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Já o coordenador político da campanha à reeleição de Richa – Euclides Scalco – declarou que apenas cuidava do relacionamento com os partidos políticos que oficialmente faziam parte da coligação. Esse não era o caso do PRTB – que apoiava a candidatura de Fabio Camargo (PTB) – e isso teria motivado a desistência de candidatos do PRTB, que queriam fazer parte da base de apoio do prefeito tucano. Por esse motivo, afirmou que os dissidentes do PRTB nunca participaram das reuniões de campanha.

Scalco disse também que foi procurado por Gardolinski e Manassés de Oliveira – ex-secretário de Assuntos Metropolitanos da prefeitura na atual gestão -, pois eles tinha a intenção de formar um comitê e pediam auxílio para isso. Dessa forma, ele os teria encaminhado para conversarem com Ghignone, que era responsável pelas questões financeiras. Ele ressaltou que não conhecia Rodrigo Oriente e que nunca autorizou verbas para o referido comitê ou qualquer outro.

Fernando Ghignone, coordenador financeiro da campanha, também prestou depoimento ao MPE e disse que todos os recursos reembolsados ao Comitê Lealdade constavam na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral. Afirmou que não autorizou outras verbas, por isso elas não eram de seu conhecimento e nesse caso não teriam sido declaradas.

O coordenador financeiro também salientou que o prefeito Beto Richa não tinha conhecimento dos gastos de nenhum comitê e não se envolvia com as questões econômicas. Ele afirmou ainda que foi procurado por Rodrigo Oriente apenas há um mês, quando esse queria fazer denúncias sobre supostas irregularidades da empresa Piemonte junto à prefeitura. Segundo Ghignone, apenas posteriormente Oriente apresentou os vídeos que foram divulgados pelo Fantástico

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4 ideias sobre “Beto Richa nega “Caixa 2” em depoimento ao Ministério Público Eleitoral

  1. Jose Carlos

    Você não espera que ele admita o uso de Caixa 2, não é Zé Beto! Aliás, ele continua dizendo que não sabe de nada… Esta turma do PSDB só sabe da vida e dos problemas dos outros e nós agora estamos sabendo mais da vida e dos desvios deles!
    Dale CPI nelles!

  2. DON QUIXOTE

    Leiam aqui, no Zé, o texto, CONFLITO – MÃO DUPLA, que eu explico tudo em ricos detalhes.

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