8:24A noite do goleiro

O menino de proteção nos dentes e cabelo estilo moicano incorporou Yashin, Carbajal, Gilmar dos Santos Neves, Barbosa, Cejas, Castilho, Dasaev, Laércio, Cabeção, Manga, Mazurkievcs,Valdir de Moraes, Célio Maciel, Joel Mendes, Jairo, Rafael Camarota, Flávio, Roberto Costa, enfim, todos os grandes goleiros daqui, de fora, do Planeta do Futebol – e em seus melhores dias. Num jogo onde foi único, superior, pairando no ar e chispando para todos os cantos do gol com braços ágeis de super-herói, Fábio, do Cruzeiro, mostrou ontem o lado que interessa nessa posição onde só os grandes malucos se destacam, porque são sempre os culpados pelos gols sofridos. Os jogadores argentinos do Estudiantes sabiam disso desde a primeira defesa milagrosa. Mas não desistiram de tentar pois esperavam o frango desmoralizador, porque o risco ali naquela zona minada é sempre real e constante. Não deu. Só restou também a eles aplaudir, como nós, a noite inesquecível de um grande goleiro. Amém.

Compartilhe

3 ideias sobre “A noite do goleiro

  1. Carlos

    Para quem não sabe, Fábio começou sua carreira no União Bandeirante, sendo convocado várias vezes para as categorias de base da Seleção Brasileira. Posteriormente foi defender o Vasco da Gama.

  2. Gonzaga

    Zé, quando ele fez aquela ponte e não largou a bola chutada pelo Verón, lembrei-me com saudade de um goleiro de pontes fantásticas fotografadas pelas equipes d´O Cruzeiro e Manchete: Pompéia, do América. Pelos seus voos recebeu o apelido de Constelation, avião famoso no início dos anos 60. Pompéia integrou o time campeão carioca de 1960 – primeiro campeão do recém criado Estado da Guanabara – só não prticipando da final.

  3. jango

    Gonzaga – você lembrou bem.
    Vi, era garoto, no estádio Durival de Brito um jogo do América contra o Ferroviário em que este Pompéia fez uma ponte sensacional tirando para escanteio uma bola chutada no ângulo direito.
    O America ganhou de 1 a zero, gol do negro Leônidas, centro avante, dando um toquinho por cima do goleiro do Ferroviáro que atirou-se a seus pés para tentar segurar a bola jogada em profundidade.
    Nunca esqueci desta ponte, só repetida pelo Felix, do Fluminense e da selação, também num jogo no Durival de Brito, à noite, contra o Furacão, numa bola, se não me engano chutada pelo baixinho Madureira, também no ângulo. Felix foi lá e espalmou. Eu estava atrás do gol e até hoje lembro o brilho e o espocar dos flashes dos fotógrafos.
    Fabio sobrou ontem.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.