17:35PARA NUNCA ESQUECER

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Roger Federer

Roger Federer não coloca os olhos na bolinha. A bolinha é quem faz isso para a alma, o coração e o corpo dele. E se entrega se apresenta dócil para todas as pancadas ou carícias que ele quiser dar com a raquete. Roger Federer talvez até trema de medo e chore nos momentos mais difíceis, mas isso faz lá num lugar que nenhum ser humano jamais verá, só Deus, porque ele tem aquela certeza nata dos deuses dos esportes – a de que nasceu com um dom, desenvolve-o ao limite extremo através de treinos constantes e entra em qualquer quadra, de saibro, grama ou sintética para jogar o jogo. O jogo de Roger Federer, com os coadjuvantes do outro lado, se estropiando, superando todos os limites físicos, psicológicos e técnicos, para chegar perto, para derrubar, uma vez ou outra, um gênio simples e absurdo, tal qual Pelé no futebol ou Michael Jordan no basquete. Federer é o maior ganhador dos grandes torneios deste esporte. Chegou à 15ª conquista hoje na quadra central de Wibledon, onde já faturou seis, e sendo assistido por Pete Sampras, outro monstro sagrado que era o recordista destas conquistas até hoje. Mas o suiço Federer é diferente. Porque ele joga e ganha com uma facilidade tão absurda, que não há previsão de até onde ele vai nas conquistas. Parece que isso não lhe importa muito. Joga por amor, com a alma, como disse o escritor português sobre Garrincha, outro Deus dos estádios. O corpo é o instrumento de uma dádiva ali colocada. Para que nosso êxtase, simples torcedores de olho na bolinha.

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