9:17Delícia de guerra

Do ombudsman:

A nossa gloriosa “Gazeta do Povo” usou de toda criatividae para editar neste domingo uma matéria de uma página sobre a transformação da indústria paranaense em uma indústria de guerra. Nenhum empresário que tentou ser ouvido declinou detalhes sobre o Plano de Mobilização, “formatado para responder a ataques externos”. A alegação dos empresários é que isso é assunto confidencial. A matéria esclarece que o Paraná faz fronteira com o Paraguai e a Argentina. Como o mais maluco-chefe desses dois países é um ex-bispo-tarado, imaginemos a segunda guerra do Paraguai 145 anos depois da primeira. Seria a glória para a Receita Federal, porque a Ponte da Amizade seria detonada e  acabaria a muamba, as drogas, as armas e até a encheção de saco do bispo que dirige nossos hermanos, querendo levar mais grana de Itaipu. E a nossa “Indústria de Guerra”? A Renault, a Volks e a Volvo fariam canhões, tanques e caminhões militares; a Nutrimental  mandaria milhares daquelas indefectíveis barrinhas de cereais para as tropas; as indústrias de vestuário fariam a fardas e as metalúrgicas os capacetes e as baionetas; a Ouro Fino e a Cacique esgotariam seus estoques de água e café, enquanto os piratas de isqueiros Bic e Cricket faturariam alto mandando seus produtos aos cigarros dos nossos bravos soldados. A reportagem relata que a indústria de batons faria projéteis de fuzis (tem indústria de batons por aqui?). O problema dos comandantes das nossas tropas seria tirar os soldados das barraquinhas de bugigangas de Cidade do Leste. Bem, e o Paraguai-guerreiro? Ah, sim, eles falsificariam tudo isso aí em cima e usariam os velhos fuzis, velhas fardas, velhos capacetes e velhos blindados que o Exército Brasileiro doa ao Exército do bispo-tarado quando estão batendo as bielas por aqui. Moral da história: criar matérias antecipadamente para a edição de domingo é uma guerra. Vale tudo.

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