9:32O processo de limpeza na política

O ínclito governador Roberto Requião foi ao palco do show da Escola de Governo, onde é a atração principal, e colocou a cereja no bolo da denúncia que explodiu contra o prefeito Beto Richa sobre a compra de apoio político com dinheiro de Caixa 2. Disse o estadista: “A política está emporcalhada com as denúncias concretas de práticas inaceitáveis”. Lembrou também que teve de fechar o bico por ordem da Justiça Federal porque, entre outras coisas, denunciou, tempos atrás, um suposto esquema de favorecimento para a empreiteira DM, cujo dinheiro teria sido carreado para a campanha ao governo do Estado do mesmo Richa. “Fui proibido de chamar de ladrão o ladrão que não foi condenado. Espero que dessa vez a política sofra um processo de limpeza”. Agora, no intervalo, disse: “Espero que todo esse pessoal perca o mandato”. Ele não citou nomes. Disse que se chamar alguém de ladrão, pode ser preso. Foi aplaudido pela distinta platéia. A ninguenzada aqui de fora do convescote concorda com o grande líder dos paranaenses, que fala com conhecimento de causa. Por exemplo: quando ele foi eleito para o primeiro mandato de governador, pesava-lhe (e ainda pesa) sobre as costas a acusação de ter inventado o personagem fictício de nome Ferreirinha, que seria um assassino pago pela família do adversário, José Carlos Martinez, com quem disputou o segundo turno – e levou. O governador poderia esclarecer hoje, passado tanto tempo, e quando está para encerrar o terceiro mandato, se o pagamento do cachê de Ferreirinha foi feito com dinheiro contabilizado na sua (dele) campanha. Seria um ótimo exemplo de transparência. O povo precisa mesmo que se esclareçam os fatos da denúncia envolvendo o prefeito Beto Richa (PSDB) e que, se houver culpados, sejam punidos. Mas é bom também se esclarecer que se isso fosse prática normal nesta província, Requião não estaria falando nada hoje, vítima do que ele mesmo clama como o mais impoluto dos seres: o processo de limpeza.

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2 ideias sobre “O processo de limpeza na política

  1. Ernesto s

    O principal problema não é esse caso do PRTB, gravado e jogado agora no ventilador da mídia, e sim os outros casos de compra de partidos e coligações, talvez de produtos políticos bem mais caros que o nanico PRTB. Quanto custa um PPS, quanto custa um DEMO, quanto custa um nome político com mais peso ? Isso sim é que é questão para termos dúvida, pois casos de partidos com mais peso e ou personagens mais tarimbados, quiça por seu know-how não se deixem flagar ou deixar pistas de negociatas.

  2. cezar

    Concordo com a limpeza política. E está nas nossas mãos (os eleitores, a ninguenzada) o poder de fazê-la.

    Poderíamos começar não votando mais em quem:

    * Responde centenas de ações penas (e se orgulha disso).
    * Quem acumulou patrimônio (fazendas, imóveis) incompatíveis com a renda.
    * Quem utilizou de esquemas como dos “funcionários fantasmas”.
    * Quem fez acordos “maquiavélicos” para se manter no poder a qualquer custo (e ainda tem a desfaçatez de dizer que política é uma missão e não uma profissão)
    * Quem participou ou defendeu os envolvidos no esquema do mensalão
    * Quem participou de administrações suspeitas de corrupção.
    * Quem transformou a administração num cabide de empregos (para amigos e parentes).

    OPS. Acho que não sobrou ninguém.

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