16:50Na Curitiba dos incomodados

Depoimento da repórter Mariane Salerno sobre a reportagem de Curitiba para o programa “Um ano de lei seca”, disponível no site do “Profissão Repórter” no G1:

Os incomodados que se retirem

“Quando se chega a uma cobertura um mês depois do ocorrido, corre-se o risco de ter de enfrentar certos incômodos. No caso do acidente com o ex-deputado Fernando Carli Filho, que matou dois meninos em Curitiba, em maio deste ano, encontramos alguns. O caso teve muita repercussão e foi bastante noticiado e, apesar de eu nunca ter pisado na cidade, ouvi muitos: “vocês de novo”, “vocês não cansam, não?”, “você não pode usar a entrevista do jornal local?”, “mas todo mundo já divulgou isso”, “usa o arquivo da Rede Globo” etc. A única testemunha do acidente não queria ser incomodada. O delegado do caso se incomodou com as perguntas. O dono do restaurante, onde o então deputado o então deputado bebeu antes do acidente, também ficou extremamente incomodado com a nossa presença. De uma forma geral, pessoas importantes para o esclarecimento dos fatos estavam incomodadas por receber jornalistas mais uma vez, repetir entrevistas, coisa e tal. Mas, por outro lado, tinha o incômodo das famílias das vítimas. Eles, pais e irmãos de Rafael Gilmar e de Carlos Murilo, estavam muito incomodados com os quartos vazios, com os objetos encaixotados, com os planos interrompidos, com a falta daqueles abraços, com os lugares sobrando na mesa do jantar, nos almoços de família, com as perdas irreversíveis. E foi com esse incômodo que eu me incomodei. E, por ele, eu enfrentei todos os outros incômodos e seus incomodados.”

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18 ideias sobre “Na Curitiba dos incomodados

  1. indignado tb

    Ficou mto feio para a imprensa paranaense… precisou uma equipe de fora, formada por jornalistas recém-formados, vir até Curitiba e fazer a pergunta que nossos comunicadores não fizeram…Quando o delegado falou “Esta entrevista está muito diferente das outras que que já dei..”, ficou claro que a imprensa paranaense é medrosa demais para fazer as perguntas que devem ser feita…é uma pena!

  2. alô Requião

    Fiquei com vergonha da policia paranaense.
    Senhor Governador: como são escolhidos os “seres” que habitam as delegacias, na pele de delegados.
    Esse tal Braga, entrevistado ontem em rede nacional e que está sendo pixado em mais de 158 posts no site http://www.g1.com, programa Profissão Reporter é alienado, idiota ou tá vendido??
    Por favor me explique.

  3. Nhengo

    realmente, aquele papel ridículo que o delegado fez envergonhou a polícia do PR, o que o Fernandinho está esperando para dar um pé na bunda desse delegado? coloca alguém que entenda e que saiba alguma coisa.

  4. John

    A imprensa, de maneira geral, quer que o mundo se revolte, que as pessoas reajam de forma intempestiva, tudo para produzir noticias. Já não basta o sofrimento dos pais das vítimas, agora pessoas que foram envolvidas de forma involuntária precisa se comportar de acordo com os preceitos da nobre repórter. Porque? Para produzir noticia? Queriam o quê, que o dono do restaurante desse uma declaração bombástica??? Queriam que a testemunha participasse de uma matéria sensacionalista (que não tira sua utilidade, apenas acho que a imprensa não está nem ai com os sentimentos das pessoas) e que desse depoimento on line também???

    Se fosse comigo, estaria também incomodado. Não querendo soar cruel, mas o dono do restaurante não tem nada a ver com isso, a testemunha também não, nem tampouco a equipe de reportagem. Quem tem que decidir o que vai ser feito ou não é a JUSTIÇA!!!

  5. Bagual RS

    Parabens, a reporter Mariane Salerno, nestas terras paradas é assim mesmo, uma vergonha atras da outra, ainda que isso service pra acordar nossa imprensa e as pessoas mas lamentavelmente isso não acontecerá, é de se lamentar e lamentar muito, pois vidas foram ceifadas e nada mais mudará isso, no mais uma pequena cicatriz, que tem endereço certo, especificamente pro Dr Delegado de primeira linha caso precise saber do paradeiro do cidadão envolvido no caso, já para as familias dos garotos, somente o vazio pro resto da vida.
    Que o Dr Delegado durma bem e tenha seus sonhos de maneira clara e tranquila.

  6. O Leguminoso

    Cadeia pra esse delegado e pra imprensa paranaense. Ambos desmoralizados!! A propósito, ô governador, ô secretário de Segurança, o que estão esperando para afastar esse Sr. do caso?

  7. Pé Vermelho

    Oius pe, Mariane…você vem lá da casa do caraio prá importunar uns e outros só porque aconteceu um acidente onde morreram dois meninos curitibanos, estudantes, trabalhadores fadados até para prestar bons serviços para a gente e que ainda provocou a renúncia de um deputado moço, de boa família e tudo mais…Porque você não faz como o Pedro Bial e vai comandar algum bêbêbê por ai, ou toma o lugar do faustão…coisas assim. Um elefante incomoda muita gente…

  8. O

    Quando acontecem essas coisas as pessoas aproveitam pra aparecer. Não sabem nada da família das pessoas e ficam aí divagando, como se estivessem escrevendo um poema triste.
    Fica fácil criticar estando distante, não vendo a repercussão e comoção que abalaram as pessoas daqui.
    Não ouvi nenhuma pessoa comentar que não aguentava mais falar do caso, principalmente para a imprensa. Na realidade, acho que foi a própria imprensa que parou, depois de fatigarem a notícia, mesmo não tendo dúvidas de que por se tratar de um deputado, o barulho foi muito maior.
    A jornalista ainda termina valorizando suas atitudes, vangloriando-se, como se justiça tivesse sido feita.
    Nesse caso trágico e de grande aflição para as pessoas envolvidas, o que nos resta é aguardar para que se faça justiça, nem tanto pela família, mas pelos dois.

  9. Mara

    Esse tal de Jonh e Pé vermelho só podem ser cupimxa do deputado né.Com certeza vcs não tem filhos e se tem, cuidado quem sabe um dia pode ser o filho de vcs seus idiotas de uma figa.O que estão pensando? Vão puxar o saco do deputado na casa do …….É o fim!Vcs não não tem noção mesmo.E esse delegadozinho fajuta,burro,e ignorante.Deve estar levando uma bolada para ficar quieto.E ainda omitir as provas.Vc não tem vergonha Braga de uma figa?O que vc pensa,… que as provas vão ficar escondidas por muito tempo?
    Não mesmo.
    E vc governador Requião? O que está fazendo que ainda não demitiu esse delegadozinho de nada? Cuidado,as eleições estão chegando e vc precisa sair do muro Requião.E tratar de proteger a família Yared.E principalmente fazer vir a tona toda a verdade,doa a quem doer.
    A justiça precisa ser feita! 190km/h é crime

  10. márcio mendes

    O Zé!
    Põe o título da jornalista profissional aí no blog do Primeiro de Abril. “Incômodados” com circunflexo no “o” é coisa de jornaleca que se acha, só porque é da “Grobo”.
    Zé…
    Que coisa ein.
    Parece que estou vendo: a repórter saca de seu microfone-carabina e lança sobre o rosto do delegado e do dono do restaurante. Ou abre as pernas ou eu atiro.
    Zé…
    Que tipo de jornalismo caboclo é esse que a repórter chora na frente da entrevistada?
    A repórter profissional da Grobo fez isso.
    E fez mais: ela assumiu um lado da notícia, ela foi parcial e assumidamente parcial.
    Esses programas da Grobo são todos são sensacionalistas.
    Correm atrás de sangue, de tragédia.
    Então, a repórter vai continuar chorando enquanto trabalhar na Grobo como profissional repórter.
    Não é mesmo Zé.
    Por falar nisso, Zé.
    Quando é que os “brogueros” de plantão da Capital vão cobrar, com cara e coragem, uma solução para o nosso trânsito do prefeito Beto Richa.
    Ou estão comprometidos sempre com um lado que não lhes é possível avançar efetivamente sobre os problemas que atormentam o dia a dia da população?
    Acidente tem a todo momento e tão graves quanto o do ex-deputado.
    Uma perguntinha, Zé.
    Quanto a indústria da multa arrecada por mês em Curitiba?

  11. zebeto

    caro márcio mendes, o erro foi meu, não da repórter. tinha errado ao colocar a palavra “incômodo”. errei de novo ao consertar e deixar o acento, que você flagrou muito bem. portanto, quanto a isso, ela não tem nada a ver com o peixe. quanto ao resto, é sua opinião. abraço. saúde.

  12. zero

    A “indústria da multa” arrecada milhões em cima dos idiotas que se acham espertos e não respeitam a lei. Simples assim.

  13. Ana

    John, se fosse com um filho ou familiar seu, tenha certeza que seria o primeiro a “incomodar” as testemunhas a depor e dar mil entrevistas, se fossem necessárias, para a Justiça fazer seu trabalho da forma correta.
    Meu primo, assassinado em Caiobá após uma tentativa de assalto, não contou com testemunho das diversas pessoas que assistiram a tudo das janelas de seus apartamentos .
    Felizmente, existem os reporteres recém formados que estagiam na Globo e se prestam a falar o que pensam, enquanto tantos outros se calam e se incomodam com a sua falta de sossego.

  14. márcio mendes

    Valeu, Zé.
    Lembro que vc já tinha adiantado, há mais de uma semana, que o delegado tinha se “embananado” todo na entrevista.
    Era a reportagem da reportagem.
    Só faltou release.
    Não faz muito tempo, “repórteres policiais” encarnavam uma, mesmo, de policiais, e iam para as reportagens de revólver na cinta.
    A reportagem não mostra como foram feitas as perguntas.
    Mas não é difícil imaginar o grau de “otoridade” da repórter, no estilo: ou fala, ou prendo e arrebento.
    Imagine agora com a farra dos “sem-diploma”?
    O cara não tem o que fazer e aí resolve ser jornalista.
    Na dúvida, monta um blog…

  15. Silvana Rover

    Está evidente, na cara, que a imprensa está sendo imparcial.
    Eu vi a foto do pai do ex-deputado na Gazeta do Povo.
    Parecia foto de bandido, de terrorista.
    A notícia: pai do ex-deputado tem 41 pontos na carteira.
    Dias depois, descobriram que 1/3 dos deputados estavam em situação igual ou pior.
    Inclusive o presidente, deputado Nelson Justus, com 42 pontos.
    E por que não puseram fotos distorcidas?
    A imprensa não consegue esconder essa tendência “denuncista”, sensacionalista, para não dizer perseguidora.
    Percebam que a imprensa, agindo de forma totalmente parcial, já havia condenado o ex-deputado lá no começo de toda essa história.
    Inventaram até que ele tinha “fugido” no jato do governador para São Paulo. Ou, quando estava em São Paulo, que estava “fugindo” para a Itália.
    O inquérito do delegado nem foi concluído, e a imprensa, TODA A IMPRENSA, noticiou: ex-deputado é indiciado em homicídio com dolo eventual.
    Está errado.
    O indiciamento só pode acontecer quando terminado o inquérito. Faz parte da conclusão do delegado.
    O que demonstra a inobservância a esses “detalhes”.
    Que se, se dependesse de alguns repórteres, o ex-deputado já estaria sentenciado.
    Estão atropelando a tudo e a todos, dando espaço para que pessoas anônimas destilem um ódio tão condenável quanto o acidente em si.
    Eu concordo com o missivista Márcio: a reportagem do Profissão Repórter foi parcial, tendenciosa e puramente sensacionalista.
    Daqui uns dias, batem em nosso estabelecimento e nos dão uma “microfonada”, como alguns policiais das antigas costumavam fazer em suas diligências.
    A porrada, explicavam os “tiras”, fazia parte da técnica de persuasão, para “intimidar” o incauto, seja ele inocente ou não.
    Hoje, a imprensa precisa de informações, de depoimentos. Quem não der, leva pancada. E… desculpe o incômodo.

  16. zero

    O fato é simples: um parlamentar (alguém eleito para fazer leis e zelar pelo cumprimento delas), dirigindo bêbado, com a carteira cassada, numa velocidade três vezes acima da máxima, provocou um acidente que matou duas pessoas. Isso é incontestável. E indefensável.

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