5:02O Zé e a Folha

De quem já foi estrela na Folha de Londrina e conhece o dono, José Eduardo de Andrade Vieira, como pouca gente: “Mais um ano e ele consegue fechar o jornal”.

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4 ideias sobre “O Zé e a Folha

  1. Roberto Bertholdo

    Zé,

    Esta nota, em rápida leitura, em tese, poderia levar alguns leitores ao entendimento de que teria sido eu quem fez tal afirmação. Como você sabe, Zé Beto, não foi.

    Por isso, aproveito para dizer algo sobre o assunto, em nome da justiça.

    Primeiramente lamento a ocorrência de tantas demissões. Somente isto, sob o aspecto humano, é terrível.

    Nunca fui demitido, mas já dependi de emprego e temia perdê-los, pois precisava deles.

    Assim, presto minha solidariedade a todos aqueles que estão passando por este momento, pois imagino o que estão sentindo.

    Conheço uma das profissionais atingidas pela demissão. Excelente jornalista. Pronta, experiente e de grande valor cultural, doçura humana e ética. Enfim lamento e me solidarizo com todos.

    Mas devo dizer também, pelo fato de ter sido muito próximo ao Zé Eduardo, que torço, assim como todos paranaenses deveríamos torcer, para que a Folha de Londrina consiga retornar aos seus “áureos tempos”.

    A Folha de Londrina, por muito tempo, foi o melhor e mais independente veículo de comunicação do Paraná.

    Ao contrário de comentários maldosos afirmando ser o Zé Eduardo um “midas ao contrário”, ele foi um grande realizador, um homem de muito valor que “errou” talvez ao ousar fazer política de forma diferente, ética e construtiva.

    Justamente por isso, sofreu um dos maiores golpes da história política e econômica do Brasil: roubaram-lhe seus bens e sua paz.

    Ainda no Bamerindus, pautou sempre seus atos com grandeza de caráter, tanto assim é que até hoje ex-funcionários do nosso grande Banc dedicam homenagens ao “seu Zé”.

    Quanto à Folha, acompanhei de perto quando o Zé Eduardo assumiu a direção de uma Editora que havia sido literalmente quebrada por outras gestões “infelizes”.

    Além disso, logo após sua assunção como diretor geral do diário, fatores externos, como a expressiva alta do preço do papel e o constante aumento da carga tributária, dificultaram ainda mais a administração financeira do veículo.

    Justiça seja feita: se o Zé Eduardo não mudou do tempo em que me dava com ele, está sofrendo com os cortes que está sendo forçado a fazer.

    Sempre que teve que fazer demissões, tentava demonstrar que se, dispensava alguns, o fazia para tentar manter a maioria. E era verdade.

    O mercado de Comunicação no Paraná é extremamente difícil, a crise econômica diminuiu ainda mais os orçamentos de contas publicitárias. Não é fácil para nenhum veículo de comunicação sobreviver neste Estado. A conta não fecha. É preciso muita criatividade para se manter um veículo.

    Além disso, as agências, por razões de entendimento de mercado, direcionam suas verbas aos veículos que detém o “quase o monopólio” da audiência em televisão. Coisas de mercado.

    Por isso, os jornais sofrem: todos eles. Salvam-se apenas a Gazeta do Povo, que é ancorada pela RPC TV, e a Tribuna do Paraná, que é um sucesso de vendas em bancas, justamente por sua excelência naquilo que se propõe a fazer.

    Em resumo: o Zé não é o culpado, muito pelo contrário. Se assim fez, certamente foi por não ter tido outra alternativa.

    Ao contrário do que alguns pensam, o Zé Eduardo não é mais um homem rico.

    O Zé do Chapéu foi vergonhosamente roubado. Literalmente roubaram-lhe tudo. Um dos poucos casos de pessoas que entram na política ricas e saem pobres.

    Se a Folha de Londrina ainda existe, e espero que assim sempre continue, é justamente pelo esforço do Zé Eduardo.

    Ouso afirmar que qualquer outro empresário que analisasse as perspectivas da Folha de Londrina no momento em que o Zé assumiu sua direção, sob o ponto de vista apenas empresarial, a teria fechado.

    Ele não o fez. Ao contrário, continua lutando dia-a-dia para manter o diário em pé e garantindo os empregos que as contas financeiras lhe permitem manter.

    É duro, triste, mas é assim.

    Se Deus quiser, um dia se fará justiça e o Zé volta pra onde jamais deveria ter saído.

    E Deus também haverá de querer que todos esses profissionais, agora demitidos, encontrem oportunidades ainda melhores.

    Roberto Bertholdo

  2. nejas

    Bertholdo, em rápida leitura, eu nem lembrei que você existia, haha.

    e eu nem preciso conhecer o Zé do Chapéu para dar o mesmo veredito triste para a FL.

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