7:19Jorjão, David Carradine, Kung-Fu, Woodie Guthrie, Kill Bill e a imprensa tonga

Não há o que dizer. Leiam! Jorge Eduardo, o grande Jorjão, consegue ser melhor a cada letra que imprime em seu Blague do blog (www.blaguedoblog.blogspot.com):

David Carradine, Kung-Fu, Woodie Guthrie, Kill Bill
A imprensa diz que David Carradine morreu ao longo, em meio ou ao final de uma sessão particular de masturbação anabolizada por um cinto amarrado no pescoço, outro no saco etc. e tal. Mas dentro do armário do quarto do hotel tailandês?
Bater uma dentro do armário, sozinho? Vá lá.
Tudo bem. Toda morte é estúpida.
Guardemos a imagem da grande figura que ele foi.
O seriado Kung-Fu marcou a infância/adolescência de muita gente que está nos 40/50. Eu, inclusive.
O argumento original era do Bruce Lee, que ficou de fora porque sua cara era oriental demais para os padrões dos EUA à época.
Bruce Lee dançou. Pena.
Mas David Carradine encarnou à perfeição o china mestiço que emigrou da China aos EUA de antanho e lá percorreu caminhos de sabedoria.
Assisti à série inteira.
A garotada foi treinar artes marciais também por causa do Gafanhoto.
Lembro-me de um capítulo em que ele sofre sua primeira derrota – e meio que se recupera – na porrada: para um negão capoeirista, traficante de pedras preciosas, que havia vivido ou era, sei lá, do Brasil.
Era um ótimo ator o David Carradine.
Li tempos atrás que Tarantino procurou-o para filmar Kill Bill e prometeu-lhe que, na segunda parte, ele teria a melhor cena do filme.
Aquela em que ele chega ao templo em que Uma Turmann ensaiava seu casamento.
Os dois conversaram minutos a fio na varanda. Genial.
Depois, David comentou:
– Quentin prometeu-me a melhor cena do filme. Não, não foi. Foi a melhor cena da minha vida.
David, filho do vilão dos faroestes John Carradine.
Grande ator, grande vilão o pai de David.
David, que – lembram? – encarnou Woodie Guthrie.
Três papéis históricos não bastam para inscrever o cara na história dessa arte?
Hoje lembrei-me do irmão dele, Keith Carradine, hoje sumido. Em Nashville, de Robert Altman, o personagem participa de um festival de música country e ganha uma mulher casada cantando ao violão “I´m easy” só olhando pra ela. Outro ótimo ator.
Tenho o disco, em vinil.
Boa família, essa Carradine.

Voltando a David Carradine.
No fundo, tirando os suicidas, ninguém escolhe a melhor ou a pior maneira de morrer.
Mas alguns morrem suicidando-se por acidente.
Foi na punheta?
Dane-se quem falar mal.
Punheta aos 72 anos?
Muita saúde.
Baixem da internet o seriado Kung-Fu (Bruce Lee também foi gigante).
Comprem, aluguem, baixem Kill Bill I e II.
Baixem o filme sobre o Woodie Guthrie (não me lembro o título).
David Carradine vai fazer falta.
Gafanhoto.
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David Carradine
Gafanhoto entra na loja de calçados e pede ao vendedor:
– Um par de botas de amarrar, por favor.
– Qual o número? -, indaga o atendente.
– Qualquer um. É pra pendurar no ombro.
Postado por São Jorge Eduardo França Mosquéra às 11:00 1 comentários
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Imprensa tonga
É comovente a tonguice da imprensa paranaense.
É histórico seu costume de falar, escrever sobre assuntos que desconhece e que considera de conhecimento obrigatório do público.
Depois, pra consertar, nos dá um porre, como se fôssemos um bando de ignorantes.
Agora nossos laboriosos jornalistas descobriram o que é sensação térmica, séculos depois da ivenção do termômetro de Fahrenheit, no século XVII.
Isto mesmo: sensação térmica, a temperatura que o corpo humano sente, que é resultante da temperatura registrada pelo termômetro mais um golpe de vento, uma chuva gelada e por aí vai.
Bem, você já sabia o que é sensação térmica e eu não precisaria ter explicado.
Mas agora, eis que nossas rádios, TVs e jornais resolveram desvendar a tal sensação térmica.
Nossa imprensa descobriu a sensação térmica.
Outro dia, na RPC, a garotinha do tempo explicou didaticamente o que é sensação térmica.
Na CBN, o Wille e o colaborador gratuito do Simepar (alô, pessoal do Simepar: não deixem o Joel Malucelli explorar vocês. Exijam pagamento por falarem de graça nas rádios dele) falam o tempo todo em sensação térmica.
E ontem, alta noite, o âncora (ou anzol?) Carlos Kleina, das transmissões esportivas, falou de cátedra sobre sensação térmica com o repórter de sua rádio. Com sua voz de Roberval Taylor, perguntou: “E qual é a sensação térmica em campo, fulano?”
Essa gente vai ficar enchendo nosso picuá até arrumar outro tema.
Aí, quem sabe, será a vez da adrenalina.
Isso mesmo: a adrenalina, por que não?
Já reparou que toda matéria de esporte radical começa com a inevitável palavra adrenalina? O repórter de TV começa sempre gritando: “ADRENALINA!!!!”
Estou ávido à espera de uma matéria decente sobre o que é a adrenalina e para que serve esse nosso hormônio do enfrente ou fuja. Como funcionam as supra-renais e por aí vai.
Daí vai ser bacana ler, ver, ouvir a enxurrada de matérias sobre a adrenalina.
Ah, e tem o spread bancário – pouco explorado -, a velocidade em inércia em acidentes de trânsito, a hipotermia, a ruptura dos deltóides, a…

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