10:43O futuro da radiodifusão brasileira

por Daniel Pimentel Slaviero* 

Por três dias, a capital federal foi o palco principal dos debates sobre o setor de rádio e televisão brasileira. Empresários do setor, comunicadores, técnicos e pesquisadores abordaram assuntos como liberdade de expressão, novas tecnologias, marco regulatório e gestão de empresas durante o 25° Congresso Brasileiro da Radiodifusão.

O segmento marcou posição sobre temas estratégicos, como liberdade de expressão comercial, o combate à radiodifusão ilegal e a participação na Conferência Nacional de Comunicação. Do ponto de vista econômico, o congresso superou as expectativas mais otimistas: a 22ª Feira Internacional de Equipamentos e Serviços, que contou com a presença de 94 empresas, comercializou R$ 38 milhões.

Com 1,5 mil participantes, a edição deste ano aconteceu em um momento de grandes transformações tecnológicas que impactam todas as formas de comunicação. Além disso, marcou 47 anos de debates sobre a comunicação no país, promovidos pela Abert.

No congresso, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciou a assinatura da portaria para a realização de consulta pública que permitirá a concorrência dos principais padrões digitais de rádio do mundo e, posteriormente, a definição do modelo a ser adotado pelas milhares de emissoras brasileiras.

Quase centenário, o rádio brasileiro é o único remanescente no ambiente analógico e, portanto, a possibilidade de transição para o padrão digital era muito esperada pelas emissoras.

Com a participação de renomados profissionais de diversas áreas do conhecimento, durante o congresso, reafirmamos a defesa unânime do Conar como exemplo de auto-regulamentação da propaganda.

Para o setor da radiodifusão, que responde por 0,49% do PIB, gera 302,6 mil empregos (diretos e indiretos) e fatura mais de 14 bilhões de reais ao ano, a publicidade responde por 89% da receita das emissoras (FGV).

Também definimos os principais eixos de discussão para as pré-conferências e o evento final da Confecom, em dezembro, em Brasília. Acreditamos nela como uma oportunidade de discutir o futuro das comunicações, a convergência tecnológica e as novas mídias.

E ainda evidenciamos durante o congresso a necessidade premente de aperfeiçoamento da gestão dos processos em tramitação no Ministério das Comunicações.

Enfim, não temos dúvida de que as conclusões e diretrizes produzidas neste congresso servirão para consolidar nossa atuação em um cenário de convergência, cada vez mais complexo e desafiador, que elimina fronteiras entre os meios de comunicação, torna mais veloz o acesso a informações e redesenha, pouco a pouco, a maneira de fazer negócios.

*Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão – Abert

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