Depois que o Governo do Estado resolveu prender quem não devolveu a carteira de habilitação suspensa, nosso “Homem Invisível” se interessou pelo assunto e foi pesquisar. Descobriu nos arquivos da “Revista do Trânsito” (http://www.detran.pr.gov.br), do Detran do Paraná, edição de 2007, as seguintes informações, que colaboram para o debate dos últimos acontecimentos neste setor da Província:
– O número de condutores que tiveram o direito de dirigir suspenso em 2006 foi de 26.286, que corresponde a 0,76% do total de condutores cadastrados. Esse número foi inferior ao de 2005, quando tivemos 29.816 condutores suspensos. Ao contrário do ano de 2005, as infrações que geraram suspensão direta tiveram uma maior quantidade que as que somam 20 pontos, havendo uma redução de 11,84% no total de suspensões. As do tipo “DIRETA” foram responsáveis por 53,35% das suspensões.
– O Detran/PR investe em educação de trânsito com blitze nas escolas e nas ruas. “Desta maneira atingimos todas as faixas etárias dos componentes do trânsito”, afirma Pancotti (coronel David Pancotti, diretor do Detran).
– Ainda sobre as falhas na aplicação do CTB, a resolução 182 do Contran deixa a desejar em sua prática. Alguns estados não conseguem cumprir corretamente as penalidades da suspensão do direito de dirigir. Os crimes de trânsito também não são julgados no Tribunal do Júri como deveriam. Em boa parte dos estados, as
penalidades para o ato de dirigir embriagado e outros crimes dolosos ficam por conta da Varas de Delitos de Trânsito. Nestes casos, o condutor recebe apenas penalidades educativas, como trabalhos sociais, e dificilmente sente o valor da vida que, por negligência, ele tirou. Diante deste balanço do CTB, percebe-se que não é por falta de leis que o trânsito virou uma guerra, mas sim pela deficiência em seu cumprimento. “O trânsito já é uma guerra, onde os comportamentos mais visíveis são: a competição, o desrespeito, a opressão, a violência”.